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Segunda-feira, 18 de Janeiro de 2021, 15h:25

Fechamento da Ford no Brasil: novo ciclo da desindustrialização brasileira

Única News

A notícia do fechamento da Ford no Brasil, após um longo período de existência, superando há um século na América do Sul e no Brasil caracteriza como um novo ciclo da desindustrialização. 2021 éramos esperadas como um ano de recuperação econômica com a chegada da vacina contra Covid-19. O que teria efeito no pós-crise causada pela pandemia do coronavírus.

Infelizmente com o fechamento da Ford, os efeitos colaterais levaram a economia a um longo período de recuperação econômica, superior o que previa a equipe econômica do governo Jair Bolsonaro e especialistas do mercado, com projeções para o ano de 2021 e 2022.

A Ford chegou ao Brasil na primeira década, do século XX, no ano de 1900, quando o país experimentou um forte crescimento econômico industrial, o que resultou no aumento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, e gradativo aumento da qualidade de vida da população bem como aumento no consumo.

A Ford encerra um ciclo no Brasil, no período de grande turbulência na economia brasileira na qual já é dada certa como recessão econômica, que ocorre quando a economia de um país se contrai por dois trimestres consecutivos, quando o PIB para de crescer e começa a cair, justamente como vem oscilando. Tal cenário com o fechamento da Ford no Brasil é totalmente desfavorável para nossa economia atual, diferente do cenário que ocorreu quando a Ford chegou ao Brasil em 1919, fomentou o crescimento econômico, contribuindo para a qualidade de vida das pessoas, gerando emprego e renda.

Em 2018 a Ford vem fechando fábricas como na Austrália e França e parando de fabricar alguns modelos de carros como Fusion e o Fiesta nos EUA. Em 2019 a montadora já havia encerrado parte das operações da sua unidade em São Bernardo do Campo (SP), a empresa anunciava um processo de reestruturação global, deixando de ser fabricante para ser importadora.

“Já servia de termômetro para a economia brasileira de que mudanças viriam pela frente”; Fatores importantes que foram considerados pela montadora Americana para o fechamento de suas unidades no Brasil: “Custo Brasil”; A alta complexidade da carga tributaria e os custos de logística contribuíram de forma excessiva que preferiu focar seus investimentos em produção de veículos em outros países como a China, de onde atualmente importa a SUV. “Alta do Dólar”; o cambio desfavorável em relação ao real foi outro fator decisivo. 40% dos componentes usados em automóveis são importados, fatores que elevam o custo de produção, reduzindo o lucro de acordo com a flutuação da moeda norte americana. “Pandemia do Coronavirus”; foi o ingrediente que faltava para bater o martelo e fechar as linhas de produção no Brasil. A Pandemia trouxe fortes impactos para a economia mundial, inclusive a nossa brasileira. “Eletrificação”; A Ford salienta que seus futuros veículos serão cada vez mais na direção da conectividade e a eletrificação sendo, um caminho inevitável para todas as grandes montadoras. Investir na produção brasileira de automóveis com maior conteudo tecnológico seria excessivamente custosa. Os Impactos diretos na economia brasileira serão as seguintes: Após a empresa passar pelo processo de demissão em 2020 no Brasil, iniciou o ano de 2021 com 6.171 colaboradores contratados, 5.000 trabalhadores serão demitidos ainda no primeiro semestre de 2021, permanecendo o quadro de pessoal no Brasil com apenas com 1.171 colaboradores.

No Brasil atualmente a Ford conta com 283 lojas revendedoras, a previsão é que 160 lojas serão fechadas ou mudara a bandeira. A Ford informou que a empresa possui estoque para mais 30 e 40 dias de operação, visando atendimento de pôs vendas. A projeção da companhia é de permanecer no Brasil, mudando o foco para importador com as marcas; Ranger, Mustang e Edge.

O impacto financeiro com o fechamento da Ford no Brasil é de 4.1 US$ Bilhões. Já o impacto real, com efeito na economia será, com efeito, cascata; aumento significativo na taxa de desemprego na economia brasileira, o que reduzira o consumo na economia e uma piora na qualidade de vida das pessoas, sem contabilizar os prejuízos com a desvalorização dos veículos automotores e aumento do custo na manutenção dos veículos com peças importadas. Já o impacto no mercado investidor é de baixa demanda de novos investimentos e uma possível fuga de milhões de reais saindo da economia brasileira e indo diretamente para outros países que oferecem maior estabilidade e maiores ganhos aos investidores.

O Brasil poderia ter evitado o fechamento das fabricas da Ford no Brasil, e assim evitar um ciclo duro de desindustrialização e um colapso generalizado, devido ao momento de instabilidade que vivemos no Brasil em decorrência da Covid-19. A empresa manterá sua sede administrativa para a América do Sul em São Paulo, o Centro de Desenvolvimento de Produto na Bahia e o Campo de Provas em Tatuí-SP, que continuarão a trabalhar no desenvolvimento de tecnologias e produtos para a região e outros mercados globais. Além de oferecer um portfólio empolgante, conectado e cada vez mais eletrificado de SUVs, picapes e veículos comerciais, provenientes da Argentina, Uruguai e outros mercados.

Reforçamos que além da confirmação da produção na nova geração da Ford Ranger, do lançamento da inédita família Bronco, da nova geração do Mustang Mach e do utilitário Transit, a Ford planeja anunciar em breve novos modelos para o Brasil, incluindo um novo veículo híbrido plug-in, com expansão dos serviços conectados e introdução de novas tecnologias autônomas e de eletrificação.

*Edisantos Amorim: Economista, Especialista em Planejamento, Gestão, Inovação e Finanças. [email protected]