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Quinta-feira, 21 de Janeiro de 2021, 15h:21

Justiça nega prisão domiciliar a policial que atirou em rosto de mulher

Aline Almeida
Única News

Montagem: Única News

Decisão da juíza da Primeira Vara Criminal de Sorriso (a 420 km de Cuiabá), Emanuelle Chiaradia Navarro Mano, nega prisão domiciliar ao policial Weberth Batista Ribeiro. O militar, junto com o colega de farda Ezio Sousa Dias, respondem pela tentativa de homicídio de uma mulher. A vítima estava num ponto de ônibus com o namorado, quando foi agredida pelos policiais e baleada no rosto. Ela precisou passar por cirurgia de reconstrução da mandíbula.

A defesa de Weberth pediu que o policial, que está na unidade militar de Santo Antônio do Leverger, fosse transferido para o 12º Batalhão de Polícia Militar de Sorriso ou unidade mais próxima. Requereu ainda a conversão da prisão preventiva em domiciliar. O objetivo é garantir que o mesmo fique próximo à família.

No entanto, a magistrada pontuou que foi promovido o recambiamento do batalhão da PM para o presídio militar, pelo fato de o batalhão não dispor de estrutura suficiente e adequada para manter Weberth segregado, sem prejudicar a prestação de serviço da Polícia Militar no município.

Quanto a mantê-lo próximo da família, a juíza ressalta entendimento de instância superior, confirmando que não há que se falar em “obrigatoriedade do resgate da reprimenda perto dos familiares, pois tal direito não se revela absoluto e depende da observância de determinados requisitos, tais como a conveniência e oportunidade para a administração pública”.

Emanuelle oficiou o 3º Comando Regional para indicar eventual vaga em Unidade Policial com condições para custodiar o acusado, mais próximo de Sorriso.

Quanto ao pedido de prisão domiciliar, a magistrada destaca que a periculosidade do policial é evidente. Ele responde a dois inquéritos militares, além de uma ação penal por extorsão da qual estava em liberdade provisória. “Conclui-se que o risco de reiteração de condutas delituosas, protagonizadas por parte do requerente, é extremamente palpável, de tal sorte a revelar contornos de que se trata de indivíduo que gera periculosidade à sociedade”, destaca a decisão.

O crime

O caso foi registrado em 17 de janeiro do ano passado. Imagens de uma câmera de segurança filmaram o momento em que a vítima, que estava ao lado do namorado, sentada em um banco, foi atingida por um tiro.

Os PMs, que estavam de folga, aparecem virando a esquina de uma rua e, ao passar pelo casal, apontam as armas para as vítimas. Um deles volta e agride a mulher. Elizangela Moraes, 44 anos, foi baleada no rosto e no pescoço. Weberth e Ezio serão submetidos a Júri Popular pela tentativa de homicídio. A data ainda não foi marcada.