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Segunda-feira, 25 de Janeiro de 2021, 06h:07

Condenação do caso Isabele e facilidade de acesso às armas são retratadas em entrevista

Aline Almeida
Única News

Foto: Instagram/Reprodução

A morte da adolescente Isabele Ramos, 14 anos, no condomínio Alphavile I, em Cuiabá, voltou a ser destaque nacional. O Fantástivo exibiu na noite de domingo (24), uma reportagem da condenação da menor que atirou em Isabele. E ainda retratou a facilidade de acesso às armas no país. A adolescente B.O.C está internada desde o último dia 19 para cumprir medida socioeducativa após ser condenada por ato infracional análogo à crime de homicídio doloso - ou seja, com intenção ou assume o risco de matar. A juíza Cristiane Padim não aceitou a versão da adolescente de disparo foi involuntário.

Isabele Guimarães Ramos, foi morta com um tiro de pistola na cabeça. O assassinato foi em julho de 2020, em condomínio de luxo, em Cuiabá. A arma foi levada até a casa da atiradora pelo namorado dela, de 16 anos, também um atleta de tiro.  A magistrada considerou 10 laudos, o tiro a curta distância, arma empunhada na altura do rosto e que a atiradora estava dentro do banheiro. “Tirar a vida de uma pessoa é um ato infracional violento. Tirar a vida de uma pessoa tida como melhor amiga no banheiro do closet da própria casa é muito mais violento em razão da vítima, por certo, não esperar tal atitude”, cita a juíza Cristiane Padim. 

A decisão enfetaza que a ação da atiradora foi um ato de “frieza, hostilidade, desamor e desumanidade”. "Olha, no momento que eu soube dessa sentença, eu confesso que eu suspirei assim... Eu dei um suspiro profundo, mas carregado de angústia, de sofrimento, de muito pranto. Eu não tenho motivo nenhum para comemorar isso porque a minha filha não tá aqui hoje, mas eu estou aliviada", conta Patricia, mãe de Isabele.

A defesa da adolescente que disparou discorda da condenação e afirma que vai recorrer nas instâncias superiores. "Em que pese tenha sido um resultado negativo por hora, a defesa está muito confiante de que nos tribunais superiores esse resultado será revertido e nós demonstraremos que jamais houve, por parte da menor envolvida nesse fato, qualquer intenção em ceifar a vida sua própria melhor amiga", destaca o advogado Artur Osti. 

Acesso às armas

A reportagem lembra que desde o início o início do mandato o presidente Jair Bolsonaro vem facilitando o acesso as armas. Inclusive com decreto de que adolescentes de 14 anos não precisem de autorização da Justiça para praticarem tiro esportivo. Cita ainda que em 2020 mais de 350 mil armas entraram em circulação no país. "O acesso fácil a arma pode gerar esse tipo de tragédia com frequência", confirma o promotor Milton Pereira Melquíades.