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JUDICIÁRIO Sexta-feira, 14 de Outubro de 2022, 16:24 - A | A

14 de Outubro de 2022, 16h:24 - A | A

JUDICIÁRIO / QUESTÃO URGENTE

A um mês da Copa, Neymar se prepara para ser julgado na Espanha por corrupção

Atacante estará no banco dos réus a partir de segunda-feira; defesa alega que crime do qual é acusado não existe na legislação brasileira

O Globo
Única News



Neymar sonha com o hexa no Catar daqui a um mês, mas terá uma questão bem mais urgente para resolver a partir de segunda-feira, em Barcelona. O atacante estará no banco dos réus, acusado de ter cometido o crime de corrupção na transferência para o clube espanhol, em 2013.

O julgamento acontece depois que a promotoria espanhola acatou a denúncia do grupo DIS. Detentor de 40% dos direitos econômicos do jogador na época em que ele atuava pelo Santos, os investidores acusam Neymar, Santos e Barcelona de terem ocultado os verdadeiros valores da negociação, de forma que o grupo DIS teria recebido menos do que deveria pelo percentual que possuía.

A promotoria pede dois anos de prisão ao brasileiro e mais o pagamento de multa de 10 milhões de euros. Neymar nega as acusações, mas a perda de um recurso na Suprema Corte da Espanha em 2017 abriu caminho para que o julgamento acontecesse.

Serão julgados, além de Neymar, seus pais, Neymar da Silva Santos e Nadine Gonçalves, a empresa NN Consultoria, e também Santos e Barcelona, na figura de seus presidentes à época: Odílio Rodrigues, do clube paulista, e Josep Maria Bartomeu e Sandro Rosell, do clube catalão.

Argumento de defesa

Nesta sexta-feira, o canal no Youtube da empresa NR Sports, do pai de Neymar e responsável pela gestão da carreira do atacante, divulgou vídeo em que antecipa o que deverá ser o argumento de defesa no julgamento.

Nele, três advogados, dois brasileiros e um espanhol, explicam que Neymar não pode ser condenado pelo crime do qual é acusado. O argumento se baseia em dois pontos. O primeiro, o de que o crime do qual Neymar é acusado, corrupção privada, não existe na legislação brasileira, apenas na espanhola.

Além disso, os juristas sustentam que a legislação espanhola passa a considerar corrupção privada crime a partir de 2014, um ano depois da transferência de Neymar para o Barcelona.

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