Christinny dos Santos
Única News
A Presidente do Tribunal de Justiça, desembargadora Clarisse Claudino, defendeu o Poder Judiciário de Mato Grosso. Durante o discurso de solenidade na posse dos novos procuradores, a magistrada afirmou que "embora soçobrado, as bases do judiciário não foram abaladas”. A fala indireta veio após o afastamento dos desembargadores Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho, determinado pelo corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, que aconteceu na última quinta-feira (01).
Conforme o Ministério Público, há indícios de que a morte do advogado Roberto Zampieri, executado em dezembro do ano passado, em frente ao seu escritório, em Cuiabá, possa ter relação com decisões proferidas pela Justiça de Mato Grosso. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), as investigações apontam que os magistrados mantinham "amizade íntima" com o bacharel, tomando decisões judiciais de acordo com seus interesses.
A desembargadora argumentou em favor do judiciário de Mato Grosso, dizendo que continua forte e não será derrubado.
“O nosso poder judiciário, que completou no mês de maio deste ano 150 anos de existência, se sente mais uma vez soçobrado por ventanias, mas não abalizados e abalados nas suas bases. Por isso é com a mesma alegria e sempre com o mesmo júbilo de pertencer a um poder judiciário forte e honrado que já saiu de tempestades sem um arranhão e haverá também de sê-lo desta vez”, afirmou na última sexta-feira (02) durante a posse novos promotores de Justiça do Ministério Público.
Claudino relembrou ainda as conquistas e produtividades alcançadas pelo judiciário e relembrou o trabalho da magistratura mato-grossense. “Mato Grosso tem um poder judiciário que pelo quarto ano consecutivo é selo ouro na sua produtividade, na sua transparência, na sua atuação como um todo. Então percalços vem e vão, mas a nossa vocação natural de distribuir justiça é una, é única, permanente. […] A magistratura de Mato Grosso é comporto por homens e mulheres honrados, honradas e é assim que deve ser visto e não como apodrece, por assim dizer, apenas diante de uma possibilidade vir a ter algum percalço dentro da sua atuação”, afirmou.
“O ser humano é assim, fazer o quê? Ele se esquece de todas as maravilhas que esses 30 anos do Colégio de Procuradores se um fato vier à tona, mesmo que não comprovado, assim indicar a possibilidade de algo que não seja a retidão com que sempre se conduziram”, completou Claudino fazendo referência aos “indícios” de amizade entre Zampieri e os desembargadores afastados, apontados pelo CNJ.
Por fim, Claudino reclamou ainda o “benefício da dúvida” para com os desembargadores que tem servido a sociedade com honra. “Nós precisamos ir a campo pelo que somos de bom porque aí sim nós seremos mais forte, reconhecidos e, principalmente, teremos voz e vez e o benefício da dúvida que tanto é precioso e caro dentro do nosso devido processo legal", sinalizou a presidente do TJMT.
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