Thays Amorim
Única News
A empresa Agropecuária Rio da Areia Ltda ajuizou uma ação de indenização por dano material e moral contra a Energisa pedindo R$ 2,8 milhões após diversas interrupções por 15 dias no fornecimento de energia em uma fazenda no município de Itiquira (a 361 km de Cuiabá), o que causou uma série de danos que quase matou 6 mil cabeças de gado. A ação é da última quarta-feira (20).
A defesa, patrocinada pela advogada Vitória Cosmo, do escritório Ayslan Moraes, aponta que a agropecuária havia firmado contrato com a Energisa e feito investimentos no montante de R$ 4 milhões e não possui faturas vencidas. Entretanto, a propriedade sofreu com três interrupções de energia, totalizando 15 dias, entre janeiro e fevereiro deste ano.
A ação ao qual o Única News teve acesso aponta que a ausência de energia prejudicou o funcionamento dos motores responsáveis por girar os moinhos, balanças, silos, trituradores e elevadores, prejudicando a alimentação e ocasionando a perda de peso dos gados, o que gerou um prejuízo de R$ 1,9 milhão.
Além disso, a empresa teve um prejuízo de R$ 666,6 mil para consertar itens elétricos e realizar reparo na rede, com a instalação de um gerador na propriedade diante das falhas no fornecimento de energia. Apesar dos pedidos de reparação, a defesa destaca que a Energisa não tomou nenhuma providência, mesmo encaminhando duas notificações extrajudiciais.
Entre os gastos estão reparo com balança, compra e conserto de freezer, recuperação do transformador, materiais elétricos, consumo de diesel para manter o gerador, dentre outros gastos. Devido à impossibilidade de manter a dieta dos gados, que já estavam em fase final para a venda, a empresa soltou os animais no pasto e tiveram prejuízos com a perda de peso.
“Inobstante, em razão da ausência de prestação de energia elétrica, sem a possibilidade de preparação da ração para a dieta, e sob risco de mortandade dos semoventes, a Requerente realizou a soltura dos 5.940 (cinco mil novecentos e quarenta) animais a pasto, prejudicando diretamente o processo de engorda. Frisa-se que os animais estavam no estágio final da etapa de engorda para posterior venda. Aporta-se abaixo foto dos semoventes durante o período de queda de energia, soltos a pasto, com sinais de emagrecimento”, diz trecho da ação.
Foto: Reprodução
Imagem das cabeças de gado soltos no pasto, com sinais de emagrecimento
Devido à falha no processo de engorda, os proprietários alegam que os gados deixaram de ganhar 102.465 kg no período de 15 dias sem energia elétrica, causando um prejuízo de R$ 1,9 milhão.
“O período em que os semoventes tiveram sua dieta interrompida por conta da falha na distribuição de energia elétrica, que ocasionou a impossibilidade de rotacionar os motores responsáveis pelo fornecimento da ração aos bovinos, impactou diretamente os ativos da Empresa. Menciona-se ainda o fenecimento de vacinas e hormônios para o gado”, enfatiza a defesa.
Em resposta à empresa no mês de março, a Energisa destacou que a operacionalidade da rede foi afetada por fatores externos, como fortes chuvas, descargas atmosféricas e ações humanas. “Em que pese as alegações, não é possível realizar o afastamento da responsabilidade da empresa, principalmente frente à reiteração nas falhas da prestação do serviço”.
A ação tramita na 7ª Vara Cível de Cuiabá e ainda não foi julgada.
Outro lado
Ao Única News, a Energisa destacou apenas que não foi intimada sobre o processo e que "após a sua realização, vai analisar os dados trazidos e apresentar a devida defesa".
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