MidiaNews
No Brasil, o dia 12 de junho é uma data esperada por milhões de casais que não deixam de aproveitar mais um subterfúgio para celebrar o amor.
Nos últimos tempos, o Dia dos Namorados é comemorado cada vez mais por casais que, por força do destino ou não, se formaram com a ajuda de redes sociais e aplicativos dedicados especificamente à paquera.
É certo que nem todos que integram estas plataformas buscam relacionamentos sérios ou conseguem encontrar “a outra metade da laranja”, mas são inúmeros os casos de sucesso, afinal são comuns casos de pessoas que, após um “match” (combinação) nos aplicativos, engatam um romance.
Um destes casais é a biomédica Laura Maia, 25 anos, e o estudante Raphael Felipe, 29, que se conheceram pelo Tinder em 2014.
Segundo Laura, ela decidiu baixar o aplicativo em seu celular após uma amiga lhe apresentar a plataforma e explicar como ele funcionava. Além disso, para a biomédica, a busca por alguém interessante no próprio celular lhe ajudou a superar algumas barreiras, como a timidez.
“Não tinha coragem de tomar a iniciativa e começar uma conversa, caso me interessasse por algum menino. Então, resolvi baixar o aplicativo por conta desta timidez e também pelo fato de estar estudando para concurso, sem tempo para sair e conhecer outras pessoas. A minha intenção já era de conhecer alguém para namorar. Estava cansada de apenas ‘curtir’”, afirmou Laura.
Para Raphael, o aplicativo também ajudou a superar sua dificuldade em iniciar a primeira conversa pessoalmente. Sem a timidez que lhe é comum, o estudante foi quem enviou a primeira mensagem.
Conforme o casal, o primeiro encontro ocorreu logo na primeira semana em que estavam conversando. Raphael, que também pratica o esporte conhecido como "skate down hill", convidou Laura para ir a uma reunião com os amigos, onde eles iriam praticar a modalidade esportiva.
“Na mesma semana que começamos a conversar, ele falou sobre o skate down hill e me chamou para acompanhar um encontro com os amigos de esporte. Ele falou que iria praticar na UFMT. Combinamos de nos encontrar próximo de um shopping. Ele apareceu com uma moto, sendo que não sabia que ele pilotava e tinha muito medo de subir em uma garupa. Mas fui mesmo assim”, relembrou Laura.
“Ele acabou me levando para outro local. Lá ele me mostrou como era o esporte e me ensinou o básico de como andar em um skate”, completou.
Depois do primeiro encontro e, consequentemente, do primeiro beijo, Laura e Raphael começaram a namorar em menos de um mês e estão juntos até hoje, há 2 anos e três meses.
Laura acredita que o avanço tecnológico e a multiplicação de redes sociais e aplicativos de namoro facilitaram a vida de todos. Ela afirma que por um aplicativo é mais fácil conhecer os gostos e costumes de outra pessoa e, a partir disso, saber se isso agrada ou não.
“Acredito que estes aplicativos ajudam muito. Principalmente aqueles que são tímidos. Pelo aplicativo é mais fácil desenvolver a conversa. O aplicativo facilitou conhecer melhor o Raphael. Logo de cara vi que tínhamos afinidades, pois conversamos sobre coisas que cada um gostava. O relacionamento evoluiu, pois foi possível identificar o que combinávamos”, declarou.
Laura e Raphael fazem parte dos 87% dos internautas, que, segundo pesquisa CONECTAi Express - plataforma web do IBOPE Inteligência - confessaram já ter feito o uso de aplicativos e redes sociais para encontrar um parceiro (a).
O levantamento divulgado em abril deste ano foi realizado com 2 mil internautas.
Amor natural
Foi a foto de perfil, entre dezenas expostas, que fizeram com que o artista Vinicius dos Santos, 30, e o estudante de psicologia Murillo César, 27, resolvessem apertar o botão “match” do aplicativo e começar uma conversa.
“Murillo e eu nos conhecemos pelo Tinder. Foi uma surpresa. Já era cadastrado no aplicativo, mas havia tempo muito não entrava. Em um dia comecei a “folhear” alguns perfis, quando encontrei o dele. Achei muito legal porque ele não era igual em nenhuma das fotos e uma foto tirada embaixo d'água mexeu comigo e resolvi dar um sim”, afirmou Vinicius.
Murillo, que ainda morava em Rondonópolis (217 Km de Cuiabá), viu no aplicativo a possibilidade de conhecer melhor os cuiabanos, já que estava de mudança para a Capital.
“Resolvi passar uns dias na cidade de Cuiabá antes de me mudar para cá. Aí baixei o aplicativo Tinder pra passar tempo, conhecer pessoas, jogar conversa fora e saber um pouco mais do perfil dos cuiabanos”, declarou Murillo.
“Olhando as possibilidades de novas amizades, me deparei com a foto de um porto. Várias setas apontavam em direções opostas para diversos países e cidades - a única foto que consegui ver no perfil apresentado, já que as outras não carregaram por alguma falha na internet - pensei: ‘Gostaria de estar num lugar desses e poder optar pra onde ir, poderia escolher de olhos fechados’. Foi assim que decidi curtir aquele perfil ‘às escuras’. Para a minha surpresa os perfis se cruzaram e eu enfim pude saber quem era o dono daquela foto. Era o Vinicius.”, completou.
Eles contam que a afinidade entre o casal foi rápida e logo cada um deles já fazia parte da rotina do outro.
“Conversamos sobre todas as coisas, quando dei por mim o menino era presente em menos de uma semana na minha vida. Mesmo a 300 quilômetros de distância”, declarou Murillo.
Após a primeira conversa no aplicativo, os dois resolveram que já era a hora de se conhecerem pessoalmente. Murillo aproveitou que iria passar um final de semana em uma chácara localizada no município de Jaciara (145 Km de Cuiabá) e convidou Vinicius.
“No sábado, 31 de setembro, por volta das 19 horas, cruzamos nossos olhares. Foi uma delícia. Mesmo não tendo privacidade alguma e não conhecendo absolutamente ninguém, foi muito bom”, declarou Vinicius.
O estudante de psicologia revela que até tentou não criar expectativas com o primeiro encontro, no entanto, não houve outra alternativa.
“Foi uma experiência ímpar. Ele estava fora da sua ‘zona de conforto’ e eu levando um desconhecido para o lar da minha amiga. Foi neste dia em que avistei o sorriso mais lindo, o brilho nos olhos que há muito não via igual. Me apaixonei instantaneamente e logo em seguida pensei: ‘Não crie expectativa, é apenas uma final de semana e você nem sabe se vai rolar’. Mas deu certo”, relembrou Murillo.
“Aproveitamos muito mais do que o feriado, não deixamos de nos ver desde que nos encontramos. Levou quase um mês para que falhássemos um dia sem ver um ao outro. Comecei a namorar com o Vinicius no dia em que eu o encontrei. Se não no Tinder, no dia em que o vi na chácara”, declara Murillo.
Vinicius declarou que estar namorando é uma aprendizagem. E nem mesmo as viagens que é obrigado a fazer, por conta do trabalho, atrapalham o seu relacionamento, que lhe enriquece como ser humano.
“O amor, o respeito por quem o outro é, e sua singularidade, foram brotando dia-a-dia. A segurança em falar de tudo sem balelas, mesmo sabendo a possibilidade de opinião contrária, devido às diferenças de vida de cada um, sempre nos norteou desde o ‘match’”, disse.
“Com Murillo, tenho aprendido muito a ser homem, a ser mais paciente, a respeitar limites e em aventurar-me na beirada deles. Há muito esperava conhecer alguém tão gente, tão humano quanto ele e nunca imaginaria que seria aqui em Cuiabá. Murillo foi, e é, um grande presente no meu dia-a-dia. Seja para falar das agruras da existência do ser, ao deleite de apreciar o céu ou ver formas nas nuvens. O silêncio nos completa, inclusive”, declarou Vinicius.
Murillo também destaca as boas mudanças que seu relacionamento lhe trouxe. Ele, definitivamente, diz acreditar no amor iniciado nas redes e aplicativos sociais.
“Meus dias são muito mais cheios de cor desde que conheci meu ‘Tinderelo’. Minha dica é que as pessoas não deixem de acreditar que tudo pode acontecer após um ‘like’”, disse.
Amor sem barreiras
O amor também é prova de que não há idade, distância ou qualquer tipo de barreira que não possa ser superada para estar ao lado de quem se quer bem.
Este é o caso do casal formado pela assistente de produção Margarete Freitasm, 57 anos, e o farmacêutico Walder Rocha, 55, que se conheceram há seis anos, após aceitarem o perfil um do outro no site de relacionamentos Badoo.
Margarete e Walder fazem parte dos 32% dos internautas com mais de 55 anos que já utilizaram, pelo menos uma vez, aplicativos ou redes sociais de relacionamento.
Já com as experiências de viverem casamentos que chegaram ao fim e de ter filhos já na fase adulta, Margarete e Walder resolveram dar uma nova oportunidade a vida a dois.
“Me separei em 2009 e vim trabalhar em Mato Grosso, primeiramente na cidade de Carlinda, onde fiquei por 6 meses apenas. Mudei-me em seguida para Nova Bandeirantes, onde me cadastrei no site Badoo. Naveguei por várias noites, conversei com várias mulheres, até que encontrei a Margarete, e começamos a conversar, a nos conhecer melhor”, contou Walder.
“Eu estava separada havia dois anos e fiz um perfil em uma rede social e ele me fez um convite. Que foi aceito. No início até achei que as conversas com ele eram chatas, mas logo notei o seu jeito, que me chamou a atenção. A maneira de abordagem me pareceu a de um homem sério e responsável”, disse Margarete.
Se para se encontrarem no mundo virtual foi fácil, no entanto, para se conhecerem pessoalmente o casal enfrentou dificuldades. A principal delas foi a distância, já que moravam em cidades diferentes.
“Nosso primeiro encontro foi aproximadamente uns três ou quatro meses depois que passamos a namorar virtualmente. Foi em Nova Bandeirantes (1.000 Km de Cuiabá). Ela arranjou uma desculpa em casa, disse que ia viajar a trabalho. Mandei as passagens de ônibus pra ela, e o que foi mais interessante é que após a última cidade antes de chegar em Nova Bandeirantes, um caminhão havia quebrado em uma ponte, atrasando a viagem em mais de 5 horas”, disse o farmacêutico.
“Lembro que até saí um pouco mais cedo do trabalho para esperá-la na rodoviária e lá fui informado desse atraso, aumentando ainda mais minhas expectativas. Foi bem emocionante pra gente. Ela acabou ficando alguns dias por lá”, completou.
Após a superação das barreiras iniciais para estabelecer um relacionamento, Margarete e Walder moram atualmente em Cuiabá. Antes, porém, a assistente de produção chegou a se mudar da Capital para a cidade de Paranaíta (826 Km de Cuiabá). Local onde morou com o farmacêutico por mais de dois anos.
Sobre as mudanças de quando eram jovens e sem a maturidade conquistada com o decorrer dos anos, o casal afirma que muitas coisas mudaram nas questões relacionadas ao romance entre duas pessoas.
“Quando mais jovem era bem diferente. Não existia a tecnologia de hoje, éramos mais presentes, românticos e prestativos. Hoje com as tecnologias os namoros são mais mecânicos, frios. No entanto, em relação a nós dois foi fácil devido às experiências”, declarou Margarete.
“Perdemos muito em termos de romantismo. Os costumes hoje são outros e por isso não cabem mais ações de meu tempo de jovem, como as serenatas por exemplo. E ganhamos muito também. Esses aplicativos de relacionamento, quando usados com seriedade e o devido cuidado trouxeram a agilidade e facilidade impensáveis em outros tempos”, opinou Walder.
ENTRE EM NOSSO CANAL AQUI
RECEBA DIARIAMENTE NOSSAS NOTÍCIAS NO WHATSAPP! GRUPO 1 - GRUPO 2 - GRUPO 3