Christinny dos Santos
Única News
A defensora pública-geral de Mato Grosso, Luziane de Castro, alegou que os policiais envolvidos na prisão da servidora Gabriela Beck, puxaram o cabelo da mulher e agiram de forma "absolutamente desproporcional e truculenta". O órgão informou que irá representar contra estes policiais, junto ao Conselho Nacional de Direitos Humanos, Ministério Público do Estado e Comando-Geral da Polícia Militar de Mato Grosso.
Gabriela foi presa durante a ação de desocupação de terras realizada pela Polícia Militar, no município de Novo Mundo, na segunda-feira (27). Segundo a defensoria, a servidora tentava assegurar a integridade das famílias assentadas e mediar o conflito, no entanto, ao chegar no local, a desocupação já havia sido finalizada e 12 pessoas, acusadas de envolvimento na ocupação da área, haviam sido detidas. Ao tentar intermediar a situação, Gabriela acabou presa.
A defensora pública-geral entendeu que houve uma violação de prerrogativas para a execução da prisão. Gabriela teria pegado seu celular para filmar o relato dos assentados, momento em que foi ordenada a entregar o parelho e recebeu voz de prisão.
O órgão apontou ainda o Major da Polícia Militar que comandava a operação puxou os cabelos da defensora e arrancou sua bolsa de forma brutal, machucando seu rosto e pescoço. "Houve agressão física, apreensão de celular, configurando uma grave violação das prerrogativas profissionais da Gabriela Beck que, eu volto a dizer, estava ali no exercício da função de defensora pública. Ela estava trabalhando e ouvindo as pessoas que já haviam sido retiradas da ocupação. A desocupação, portanto, já tinha ocorrido", disse a defensora pública-geral.
"A defensora foi acionada no dia 27 de maio por meio de um ofício da CPT (Comissão Pastoral da Terra), solicitando providências para resguardar as vidas e a integridade física daquelas famílias que estavam no assentamento. A resposta violenta dos policiais demonstrou-se, no nosso entendimento, absolutamente desproporcional e truculenta", pontuou Luziane de Castro.
A instituição também irá solicitar ao Conselho Nacional das Defensoras e Defensores Públicos-Gerais (Condege) a proposição de um projeto de lei que garanta a prisão de defensores públicos somente por ordem judicial ou em flagrante por crimes inafiançáveis.
OUTRO LADO
Procurada pelo Única News, a Polícia Militar se recusou a falar sobre a denúncia contra o militar e afirmou apenas que "os motivos que levaram às conduções estão no resumo da ocorrência".
ENTRE EM NOSSO CANAL AQUI
RECEBA DIARIAMENTE NOSSAS NOTÍCIAS NO WHATSAPP! GRUPO 1 - GRUPO 2 - GRUPO 3