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POLÍCIA Domingo, 06 de Dezembro de 2020, 11:55 - A | A

06 de Dezembro de 2020, 11h:55 - A | A

POLÍCIA / CASO ISABELE

Defesa de ex-namorado da atiradora afirma que família Cestari quer atrapalhar as investigações

Abraão Ribeiro
Única News



Após a defesa da adolescente acusada de matar Isabele Guimarães Ramos, 14 anos, com um tiro na cabeça, anexar ao processo uma foto do então namorado dela carregando armas na cintura, a defesa do jovem emitiu nota à imprensa afirmando que a família Cestari está tentando desvirtuar as razões que levou a suspeita a disparar contra a vítima.

O advogado do ex-namorado ainda disse que é nítida a tentativa da família Cestari em atrapalhar o andamento processual e impedir a descoberta da verdade.

“A família da menor envolvida diretamente na morte da adolescente, de forma deliberada, optou desde o início por, ao invés de esclarecer os fatos e colaborar com a elucidação do trágico evento, atacar as autoridades e o menor — que é colaborador — como nítida estratégia de atrapalhar o andamento processual e impedir a descoberta da verdade.”, diz trecho da nota.

Além de anexar a foto ao processo, a defesa da família Cestari ainda quer que o pai do adolescente G.C.C., ex-namorado da suspeita, forneça imagens do circuito interno de segurança da casa deles, referente ao dia em que Isabele foi morta, e também a liberação do histórico de ligações via WhatsApp do adolescente com os pais dele na data do crime. 

Foto: Reprodução

Caso Isabele

 

A arma usada no assassinato foi levada pelo adolescente para a casa da namorada, e estava registrada no nome do pai dele, Glauco Correa da Costa. Por meio de nota, a defesa do adolescente esclareceu que ele vem respondendo por ato infracional análogo ao porte ilegal e contribuindo, desde o início, com as investigações.

Nas imagens, o adolescente aparece com armas na cintura e outras fotos mostram armas em punho e carregadas que teriam sido tiradas por ele. Uma das fotos mostra uma arma junto com materiais escolares, em cima da cama.

Os pais da garota que assassinou Isabele respondem, em um processo à parte ao da filha, pelos crimes de homicídio culposo, entrega de arma de fogo a menor de idade, fraude processual e corrupção de menores. Eles viraram réus no mês passado e o processo está em fase inicial.

Já o pai do adolescente G.C.C. e ele próprio foram indiciados por omissão de cautela na guarda de arma de fogo, já que teria obrigação de guardar as armas em local seguro, e por ato infracional análogo ao porte ilegal de arma de fogo, porque transitou armado, sem autorização.

A defesa do adolescente finaliza dizendo que a anexação da imagem viola o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e "apenas corrobora a atitude reprovável por parte da menor, que tenta, a todo custo, desvirtuar as razões que a levou a disparar com arma de fogo contra a vítima".

Leia a nota na íntegra:

NOTA A IMPRENSA

Com relação à notícia veiculada pela imprensa, a defesa do menor esclarece que:

1- O menor vem respondendo por ato infracional análogo ao porte ilegal e contribuindo, desde o início, com as investigações ;

2) A família da menor envolvida diretamente na morte da adolescente, de forma deliberada, optou desde o início por, ao invés de esclarecer os fatos e colaborar com a elucidação do trágico evento, atacar as autoridades e o menor — que é colaborador — como nítida estratégia de atrapalhar o andamento processual e impedir a descoberta da verdade.

3- A família do menor repudia a forma desrespeitosa com que a família da menor envolvida no disparo que matou Isabele vem tratando o caso, as autoridades, o adolescente, bem como a família da vítima.

4- Por fim, a juntada de imagens do menor, que foi arrolado pelo Ministério Público como testemunha de acusação, além de violar as disposições do ECA, apenas corrobora a atitude reprovável por parte da menor, que tenta, a todo custo, desvirtuar as razões que a levou a disparar com arma de fogo contra a vítima.

O caso

Isabele foi morta na noite de 12 de julho, na casa da amiga B.O.C., hoje com 15 anos, com um tiro que transfixou sua cabeça, entrando pelo nariz e saindo na nuca. A menina tinha passado o dia todo na casa da família Cestari, com a amiga, os pais dela e seus irmãos e os namorados de duas delas. Isabele morreu por volta das 22h.

B. alegou tiro acidental. Disse que tinha ido atrás de Isabele em um banheiro, com um case contendo duas armas nas mãos. Esse case teria caído e, ao se levantar, perdeu o equilíbrio e atirou sem querer na amiga. No entanto, a Polícia Civil descartou essa versão e a menina vai responder por crime análogo à homicídio doloso – quando há intenção de matar.

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