Karollen Nadeska / Única News
(Foto: Internet)

A delegada titular da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) de Cuiabá, fez um pequeno balanço de 2016 e revelou que os números de ocorrências este ano, poderiam ter sido menores, se por ventura as vítimas não tivessem reagido.
Em entrevista ao Única News, a delega frisa que isso na prática significa que ao invés de esperar a vítima procurar a Delegacia, uma equipe de investigadores acompanhada de um delegado, será deslocada para o local do crime, ainda no calor da ocorrência, para que junto à vítima e em sua casa, os policiais comecem a coletar evidências e informações que irão dar agilidade ao esclarecimento do crime.
“Desde quando assumi a delegacia, eu implantei uma modalidade de atendimento in loco, de roubo a residência com restrição de liberdade da vítima, que é quando os assaltantes fazem aquele terrorismo todo. Então a gente montou uma força tarefa pra combater esse tipo de crime e também latrocínio. Nessas duas modalidades, com relação a latrocínio o índice aumentou, mas isso também se deve quase que 100% dos casos que a vítima acaba reagindo. Contribui para o aumento”, afirma.
Questionada sobre os cuidados, especialmente nessa época do ano, em que muitas famílias aproveitam para viajar, Luciani salienta que é sempre bom manter um relacionamento amigável com o vizinho, que por vezes pode auxiliar no monitoramento do patrimônio sempre que necessário.
“A gente orienta aquela questão do vizinho solidário, quando a pessoa tem amizade e pede para dar uma olhada, falar que está viajando e o vizinho cuidar realmente”, disse.
Outro ponto interessante e que a titular faz questão de ressaltar no que tange o combate à criminalidade e para reforçar a segurança do imóvel, é o uso indispensável de dispositivos eletrônicos. Embora ela admitir que os bandidos, assim caraterizados, também estão empenhados em se qualificar na “escola do crime”.
“Essa questão de reforçar a segurança da casa é importante, mas hoje em dia isso também não basta porque eles estão fazendo até buraco na parede. Então é questão dos vizinhos ficar atentos quanto à movimentação, barulhos estranhos ou deixar alguém em casa cuidando. Às vezes um familiar que não vai viajar, que não mora naquela região, pode auxiliar, ajudar a cuidar. Usar também os dispositivos de segurança, que é quando uma janela é violada, portas... Tem vários dispositivos, como cerca elétrica, grades, alarme para disparar. Tudo isso ajuda”, explica.
Com relação a uma possível diminuição no índice de roubos e furtos dentro de Cuiabá – que tem preocupado assustadoramente a população – a delegada entende, que não houve um resultado supreendente no gráfico e sim uma tímida queda na modalidade.
“Não houve essa diminuição de roubos e furtos, o que a gente percebeu na verdade, é que a gente conseguiu diminuir modalidade”. De uma forma geral isso quer dizer todos os tipos de roubo. O que a gente conseguiu ter foi uma diminuição significativa de roubo a residência. Hoje as pessoas com a dificuldade, elas ficam revoltadas e acabam reagindo e isso aumentou o nosso índice. Em contrapartida também, a gente teve resolução dos quase 100% dos casos, porque para a delegacia esses tipos de casos são prioridades”, afirma.
Em média, por mês, a Delegacia recebe cerca de 1 mil a 2 mil casos, para uma quantia mínima de 85 profissionais, entre investigadores, escrivães e delegado, tendo prazo limite de 30 dias, utilizados para conclusão dos casos – isso dependendo da complexidade.
“Quando a gente instaura o inquérito e identifica a autoria, em menos de 30 dias já consegue concluir. No entanto, depende da complexidade, como por exemplo, os casos de latrocínio às vezes conseguimos a resolutividade em menos de um mês ou demora um pouquinho. Então em média é de 30 a 60 dias, mas há casos que isso acontece até mais rápido”, esclarece.
Futuro próximo
“Se eu pudesse deixar uma mensagem para as pessoas, principalmente para as vítimas, é o que a gente sempre pede que é pra nunca reagir, porque os bens pessoais se vão e a gente trabalha pra conseguir outros e recupera, mas a vida não tem preço. A mensagem que deixo é para ter essa tranquilidade, de não reagir aos assaltos que aumentou esse ano exponencialmente, é os crimes de latrocínio em virtude da reação da vítima, então peço sempre para que não reaja e mantenha a tranquilidade, porque com isso a gente está preservando vida”, orienta a delegada.
Contatos
Hoje a Delegacia de Roubos e Furtos (Derf) da Capital, é acionada via Ciosp (Centro Integrado de Operações de Segurança Pública) pelos telefones 190 e 197.
Através do chamado o Ciosp também é possível acionar a Perícia Oficial e Identificação Técnica (POLITEC), bem como o Instituto de Medicina Legal (IML), como acontece nos casos de homicídio.
Reincidência
Sobre a reincidência, Luciani fez um comparativo e destacou que muitos estão nessa situação por falta de oportunidade.
“Existem várias modalidades de criminosos. Tem criminosos eu são reincidentes mesmo, porque eles cometem o crime, principalmente roubos e furtos porque estes são patrimoniais, como um meio de vida deles. E tem os que não são reincidentes, mas pela própria crise econômica do país encontram dificuldade e acabam partindo para a criminalidade, como um modo rápido fácil de consegui dinheiro. Temos essas duas vertentes da criminalidade”, pontua.
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