Christinny dos Santos
Única News
De acordo com o delegado de Polícia Civil, Bruno Abreu Magalhães, responsável pela investigação da execução do advogado Renato Nery, a principal suspeita é que a morte tenha sido motivada por uma disputa de terras. As autoridades investigam ainda a possível relação do crime com o caso denunciado pelo profissional à Ordem dos Advogados do Brasil — Seccional Mato Grosso (OAB-MT), dias antes de ser morto.
“Estamos trabalhando também em cima desse caso, mas precisamos prender o executor e aí, sim, chegar nos mandantes. Mas a principal linha de investigação é a de disputa de terra”, contou o delegado ao Única News.
Renato Nery foi baleado em frente ao seu escritório na Avenida Fernando Corrêa da Costa, em Cuiabá, no dia 05 de julho, em plena luz do dia. De acordo com as informações, um dos tiros teria atingido a cabeça do advogado. O profissional chegou a ser socorrido, foi encaminhado a um hospital na Capital e passou por cirurgia, mas morreu no dia seguinte ao atentado.
Nesta terça-feira (30), a Polícia Civil cumpriu, em Cuiabá, Várzea Grande e Guarantã do Norte, três mandados de busca e apreensão contra investigados pela execução.
Segundo o delegado, o criminoso alvo de mandado em Guarantã do Norte, afirmou saber que era investigado e por isso resistiu à entrada das equipes na residência, bem como escondeu a arma que seria apreendida. Durante as investigações, a Polícia Civil apurou que o registro de arma em nome do bandido é do mesmo calibre da utilizada no crime: uma Glock 9mm.
Além de responder a processos criminais em Sorriso e outras cidades, já foram registrados boletins de ocorrência contra o alvo de Guarantã por contratar pistoleiros para executar crimes. Conforme o delegado, é possível que ele tenha contratado alguém em Cuiabá para executar Nery.
“A gente ainda não sabe exatamente a participação dele, se foi de executar ou emprestar a arma. Ele tem diversos processos de homicídios e diversos processos de participação em homicídios, contratar pistoleiros para executar homicídios. O passado dele é esse aí”, afirmou o delegado.
Conforme Bruno Abreu, periciar a arma é fundamental para chegar ao executor e é a peça que falta para concluir esta parte das investigações. “Se fizermos perícia [na arma] e der ‘ok’, confronto pronto. Achamos o executor”, decretou Abreu.
Entenda
Dezoito dias antes de ser executado, Nery procurou a OAB e registrou uma denúncia contra colega de profissão por um suposto “conluio” envolvendo também outros profissionais. Nesse processo, Renato acusou o colega de se apropriar e negociar uma área de 2.579 hectares, que ele havia recebido como honorários de uma de reintegração de posse de uma terra de 12.413 hectares, localizada no leste do estado.
Nery advogou no caso em 1988 e, desde então, lutava para obter a parte da terra a que tinha direito.
Em nota, a OAB disse que um procedimento ético-disciplinar foi instaurado para apurar as denúncias feitas por Renato Gomes Nery. Mas afirmou que o profissional não pediu nenhum tipo de proteção institucional.
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