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POLÍCIA Sexta-feira, 02 de Setembro de 2016, 09:05 - A | A

02 de Setembro de 2016, 09h:05 - A | A

POLÍCIA / TAPURAH

Em MT, vítimas de trabalho análogo à escravidão são resgatadas de fazenda

PF diz que homens viviam em condições degradantes em Tapurah. Trabalhadores comiam marmitas azedas e trabalhavam sem descanso.

Do G1 MT



Divulgacao/Polícia Federal

Homens dormiam em alojamento de madeira, onde combustível era estocado.

 

 

Seis homens foram resgatados pela Polícia Federal de uma fazenda em Tapurah, município a 414 km de Cuiabá, onde seriam mantidos em condições análogas à escravidão. Segundo a PF, a ação de resgate ocorreu na quarta-feira (31), após o recebimento de denúncias anônimas de que as vítimas estariam sujeitas a condições degradantes de trabalho.

O proprietário da área e o responsável pela contratação das vítimas foram identificados pela PF e poderão responder pelo crime de redução à condição análoga de escravo, cuja pena prevista é de reclusão de dois a oito anos. Além disso, a fazenda poderá ser expropriada [retirada da posse do proprietário atual].

De acordo com a PF, os homens eram submetidos a jornada exaustiva de trabalho, sempre das 4h às 18h durante todos os dias da semana, sem direito a folga. Além disso, eles não possuíam carteira de trabalho assinada e eram obrigados a dormir em alojamentos de madeira e terra batida. No mesmo local, segundo a polícia, também era estocado combustível.

As investigações da polícia apontam, ainda, que os homens recebiam, frequentemente, marmitas com comida azeda. Não bastasse o alimento ser impróprio para consumo, os trabalhadores ainda precisavam fazer as refeições no meio da mata.

Conforme a Polícia Federal, foi identificado que também não havia regularidade no pagamento dos salários aos trabalhadores, que teriam recebido apenas R$ 200 nos últimos 40 dias trabalhados. Esse tipo de situação, segundo a PF, era usada pelo empregador para obrigar os trabalhadores a continuarem no serviço.

Os homens resgatados foram levados para Tapurah e encaminhados ao advogado do empregador, que deverá realizar o registro e os acertos trabalhistas devidos.

(Foto: Divulgação/Polícia Federal)

Polícia

Alojamentos eram feitos de madeira e terra batida em fazenda de Tapurah.

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