Mayara Campos
Única News
O padre Nelson Koch, de 54 anos, acusado por estuprar adolescentes em Sinop (a 480 km de Cuiabá), teve a prisão decretada na quarta-feira (16), pela 2ª Vara Criminal do Município. Como o processo judicial corre em segredo de Justiça, não há mais detalhes sobre a data da expedição e o mandado de prisão.
O delegado da Polícia Civil, Pablo Bonifácio Carneiro, que investigou o caso disse que o inquérito foi concluído no dia 03 de março, e encaminhado à Justiça. Além disso, o padre é considerado foragido, e é procurado pela polícia.
"Estamos desde ontem (17) atrás dele, e não encontramos. Fomos em todos os endereços informados e nada", disse o delegado ao Única News, na noite desta sexta-feira (18).
O advogado que representa Nelson Koch, Márcio de Deus, disse ao Única News, que ainda não recebeu nada sobre o mandado de prisão, mas ressalta que o padre não está foragido.
“Ele está lá na casa dele, o endereço que foi passado, junto com o cunhado. O cunhado até me ligou depois que saiu a matéria [do G1] para falar que estava com ele ao lado”, disse Márcio.
Nelson foi indiciado por estupro de vulnerável e importunação sexual, e já havia sido preso no dia 17 de fevereiro, após a denúncia de uma das vítimas.
Entenda o caso
De acordo com o delegado Pablo Bonifácio Carneiro, a mãe de uma vítima procurou o plantão da Polícia Civil e declarou que seu filho, de 15 anos, trabalha desde o ano passado na igreja liderada pelo religioso e teria sofrido abusos sexuais praticados em diferentes períodos.
Posteriormente, mãe e filho foram ouvidos na delegacia especializada. Em depoimento especial, conforme prevê a legislação, o adolescente confirmou os abusos sexuais e descreveu que o investigado cometeu os supostos atos criminosos quando o menor de idade tinha sete, 13 e 15 anos.
Outro adolescente, de 17 anos, também ouvido pela Polícia Civil, confirmou que o religioso teria, nos últimos três anos, sem a sua anuência, praticado ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia, caracterizando o crime previsto no artigo 215-A do Código Penal.
O delegado destaca que em uma das oitivas, uma das vítimas informou que o religioso, mesmo de forma velada, o ameaçou dizendo que é uma pessoa de influência. “Desta forma, acreditamos que a segregação da liberdade do suspeito irá encorajar outras eventuais vítimas que ainda não tiveram coragem de denunciar”, pontou Pablo Carneiro.
Por outro lado, a defesa afirma que o padre não confessou os supostos crimes, destacando que o delegado foi leviano ao divulgar informações de um processo em segredo de justiça.
Além disso, em entrevista coletiva, Márcio de Deus pontuou que Nelson foi vítima de uma "armação" por parte de um dos adolescentes que o denunciou.
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