Ari Miranda
Única News
A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá, prendeu, nesta terça-feira (1), três suspeitos de envolvimento no assassinato do comerciante Josenaldo Ferreira de Araújo (46), conhecido como "Naldo Rei do Tereré". O crime aconteceu no dia 19 de dezembro do ano passado, no Shopping Popular, em Cuiabá.
De acordo com o delegado Bruno Abreu Magalhães, responsável pelo caso, a motivação do assassinato de Naldo teria sido a venda ilegal de cigarros, contrabandeados do Paraguai pelo “Rei do Tereré” e revendidos por ele em sua banca, situada no local do crime.
Segundo o delegado, o comerciante foi executado a mando da facção criminosa Comando Vermelho (CV), após desobedecer às ordens do grupo para não comercializar os produtos no local. “A vítima [Josenaldo] estava vendendo cigarros por conta própria, foi ameaçada, foi alertada para que não continuasse as vendas e optou por vender de forma sigilosa”, diz o delegado.
As investigações apontaram ainda que um dos suspeitos teria sido responsável pelo transporte do atirador e o comparsa dele até o local do crime. Segundo apurado, o motorista da dupla ficou do lado de fora aguardando o assassinato ser cometido.
RELEMBRE O CASO
Josenaldo Ferreira de Araújo foi morto com pelo menos seis tiros no dia 19 de dezembro, no Shopping Popular, no bairro Dom Aquino, em Cuiabá, após ser abordado por uma dupla criminosa, na frente de uma das lojas que ele tinha no local.
Vídeo gravado por uma câmera de monitoramento interno mostra a ação dos criminosos.
Na fuga, o atirador, identificado como Wenderson Santos Souza (24), acabou entrando em confronto com policiais militares próximo ao local do crime e morreu. Já o comparsa dele, identificado pelas iniciais B.F.S (22), acabou preso em flagrante e teve a prisão convertida em preventiva.
A INVESTIGAÇÃO
Embasada na análise de imagens do circuito de segurança do Shopping Popular, depoimentos e outros materiais, a DHPP apurou que aos assassinos do “Rei do Tereré” foram ao Shopping Popular com a clara intenção de executá-lo.
Em depoimento ao delegado Marcel Gomes de Oliveira, B.F.S. alegou, à época do fato, que foi com Wenderson ao local “apenas para cobrar uma dívida”, alegando que não sabia que o comparsa tinha ido na intenção de matar o comerciante.
“A análise das imagens do circuito interno de segurança do shopping não deixa dúvidas. Não havia nenhum acerto a ser realizado ou negociação. O que havia de fato eram indivíduos previamente ajustados em busca de executar a vítima, motivo pelo qual o indiciado retira a atenção da vítima para que seu comparsa, Wenderson, faça tranquilamente os disparos, sem qualquer chance de defesa para Josenaldo”, relatou o delegado.
“As afirmações de B.F. de que estaria armado no local, para sua defesa, não condizem com o que foi apurado, uma vez que o indiciado é faccionado, de alta periculosidade e estava na companhia de outro faccionado do estado da Bahia”, relatou o delegado responsável pelas investigações.
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