Cuiabá, 25 de Abril de 2024

POLÍCIA Quarta-feira, 12 de Agosto de 2020, 11:27 - A | A

12 de Agosto de 2020, 11h:27 - A | A

POLÍCIA / MORTE COMPLETA UM MÊS

Tia de Isabele critica: ‘Essa família usava armas como se fosse brinquedo’

Euziany Teodoro
Única News



A tia paterna da adolescente Isabele Guimarães Ramos, 14 anos, morta com um tiro no rosto em 12 de julho, no condomínio Alphaville I, em Cuiabá, criticou a forma como a família da jovem responsável pelo crime, B.O.C., também de 14 anos, lida com armas e tiro esportivo.

Para Giani Soares Ramos, que é irmã do pai do Isabele – Jony Soares Ramos, falecido em 2018 em um acidente automobilístico –, a família Cestari é irresponsável e “trata as armas como se fossem brinquedos”.

“Essa família trata as armas como um brinquedo dentro de casa. De todos os depoimentos, de tudo que tem sido apurado, a gente tem visto que a arma dentro de casa era um ‘brinquedinho’. Como que um pai pede para uma filha, no meio de um monte de amigos, manipula a arma e pede para filha guardar? Como assim? Ela não tem maturidade suficiente para estar manipulando tudo isso, dentro de casa, com um monte de amigos. Como que essa família vê essa questão? Essa falta de responsabilidade tirou a vida e ceifou sonhos de uma criança de 14 anos”, desabafou, em entrevista à Rádio Vila Real, nesta quarta-feira (12).

"Essa falta de responsabilidade tirou a vida e ceifou sonhos de uma criança de 14 anos”, desabafou

Na terça-feira (11), laudos da Politec revelaram que o tiro não pode ter sido acidental, pois a arma usada, uma PT .380, tinha todos os dispositivos de segurança funcionando em perfeito estado. Após testada, foi verificado que o gatilho precisaria ser acionado, mesmo que de forma “involuntária”.

Giani cobra que a verdade seja revelada. Que a família Cestari revele o que, de fato, aconteceu na noite da morte da menina, mesmo que isso não diminua a dor pela perda.

“É uma dor muito grande, porque nada vai aliviar essa perda, mas um pingo de consideração que a gente quer é saber a verdade. É saber o que aconteceu naquele momento, porque a dor não vai aliviar. A gente perdeu uma criança muito amada, muito querida, cheia de sonhos. Então, essa dor não vai acabar nunca, mas a gente quer pelo menos essa consideração de saber o que aconteceu naquele momento”, disse.

Após a morte do irmão, pai de Isabele, Giani diz ter ficado aliviada que a cunhada e sobrinhos continuassem morando em um condomínio fechado e seguro. No entanto, foi justamente onde perderam mais uma parte da família.

“Com a perda do meu irmão, eu tinha uma certa tranquilidade por eles morarem em um condomínio fechado, num lugar tranquilo, que ela poderia ir na casa das amigas, que poderiam no clube e que eles estavam mais seguros. E aí você vê que foi o lugar mais violento. Foi onde tiraram ela da gente”, lamentou.

Hoje a morte de Isabele completa um mês e a família faz uma carreata, às 19h, para homenagear a menina, mas também cobrar por justiça.

“Já estava sendo muito difícil. A perda e a forma como foi. Agora é uma dor imensa, por que você pensa: ‘como que uma adolescente de 14 anos mata uma amiga de 14 anos?’ As duas tinham a mesma idade, conviviam juntas, passaram o dia juntas. Então a gente se pergunta o que que foi que uma fez para a outra para acabar numa raiva tão grande, num ódio e numa reação tão violenta. Isso nos deixa muito angustiados”.

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