Cuiabá, 07 de Setembro de 2024

POLÍTICA Segunda-feira, 10 de Outubro de 2022, 14:17 - A | A

10 de Outubro de 2022, 14h:17 - A | A

POLÍTICA / "VIRA CASACA"

Aliado de Bolsonaro, Fagundes diz que agro se adaptará à vitória de Lula

Senador ainda disse que presidente abrirá mão do poder caso perca eleição

Agência Reuters
Única News



Uma das principais lideranças do bloco partidário de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) no Senado e também expoente da bancada ruralista disse nesta sexta-feira que o poderoso setor do agronegócio do país é pragmático e vai se adaptar a uma eventual vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O senador Wellington Fagundes (PL), reeleito no domingo pelo Mato Grosso, maior estado produtor de grãos do Brasil, disse à Reuters que espera que Bolsonaro conquiste a reeleição porque suas diretrizes políticas são as melhores para o Brasil.

Mas uma mudança de governo não seria o fim do mundo para o setor, um dos maiores exportadores de alimentos do mundo.

"Os agricultores vão pular no colo de Lula depois da eleição. Eles são muito pragmáticos", disse Fagundes, veterinário que é parlamentar há mais de 20 anos nas duas Casas Legislativas do Congresso, comentando a hipótese de vitória do petista.

Fagundes disse acreditar que Bolsonaro vai abrir mão do poder sem contestar o resultado do segundo turno no dia 30 de outubro se Lula vencer.

"Ele ataca o sistema eleitoral porque é um provocador", disse o senador sobre as ameaças de Bolsonaro contra a democracia e suas declarações de que o sistema de votação eletrônica está aberto a fraudes.

Lula foi o mais votado no primeiro turno das eleições domingo, com 48,43% contra 43,20% de Bolsonaro.

A votação do presidente surpreendeu analistas aproveitando uma onda crescente de sentimento conservador no país. Suas visões pró-armas e políticas contra os indígenas e as reivindicações de terras fizeram dele o queridinho do setor do agronegócio.

Fagundes disse que o resultado do primeiro turno mostrou vigor de Bolsonaro e, com a gama de apoios que tem conseguido, tem condições de virar no dia 30. "Só depende dele para ganhar", afirmou o senador, para quem o atual chefe do Executivo está mais sintonizado hoje em dia com o sentimento da população.

O PL, partido de Fagundes e de Bolsonaro, já deu suporte nos dois governos de Lula, indicando na ocasião o vice-presidente José Alencar.

Congresso

A legenda de direita que agora abriga o presidente emergiu da eleição como a maior bancada em ambas as Casas Legislativas do Congresso.

Fagundes afirmou que o partido poderá, sim, trabalhar para indicar um nome para disputar a presidência do Senado, mas essa discussão ainda não ocorreu internamente porque o foco da legenda por ora é reeleger Bolsonaro.

A ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina, eleita senadora pelo PP do Mato Grosso do Sul, é um dos nomes cotados para concorrer ao cargo, segundo o líder parlamentar.

Uma das articulações em campo, segundo uma fonte do comando do PL, é filiar Tereza Cristina ao partido para disputar o comando do Senado contra o provável candidato à reeleição, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Fagundes disse que as chances de outro aliado de Bolsonaro, a ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos Damares Alves, eleita senadora pelo PL do Distrito Federal, disputar o comando do Senado pelo partido são "zero".

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