Diego Frederici / Única News
(Foto: divulgação)

Na decisão que determinou a deflagração da operação "Filhos de Gepeto", segunda fase da "Ventríloquo", o lobista e delator do esquema, Julio César Domingues Rodrigues, afirmou também ter sofrido pressão para repassar parte dos R$ 9,48 milhões desviados da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL-MT).
Rodrigues relata que numa ocasião em que estava num café do Shopping Pantanal, em Cuiabá, foi abordado pelo deputado estadual de maneira agressiva.
Segundo a decisão, Romoaldo Junior, "que apresentava estar bravo", segurou Rodrigues pelo braço e teria lhe perguntado: "cadê meu dinheiro, porra!".
Os recursos do qual se refere o deputado do PMDB são oriundos de um "acordo" que se baseava numa dívida "que girava em torno" de R$ 8 milhões que a AL-MT possuia com o HSBC, mas que seria pago apenas se houvesse "vontade política", segundo o próprio Romoaldo.
A "vontade política", como diz trecho da decisão, refere-se a a viabilidade jurídica para repassar esses valores ao HSBC a ao "pedágio" que deveria ser pago ao então deputado José Geraldo Riva (sem partido), a Romoaldo Junior e seu assessor, Francisvaldo Mendes Pacheco, ao advogado do HSBC, Joaquim Fábio Mielli de Carvalho e ao próprio Rodrigues.
O delator do esquema afirma que Romoaldo Junior teria exigido R$ 500 mil, além de 1% do valor que seria pago a seu assessor, Francisvaldo Pacheco.
Operação Ventríloquo
De acordo com a denúncia, assessores e parlamentares estaduais teriam constituído uma organização organização criminosa entre os anos de 2013 e 2014.
Segundo investigação do Gaeco, a Assembleia Legislativa contratou um seguro junto ao antigo Bamerindus Companhia de Seguros nos anos 1990 (hoje HSBC), porém, não quitou os valores devidos, o que levou à Seguradora ingressar com a ação de execução no ano de 1997.
Passados quinze anos, em meados de 2012, com a ação judicial ainda em andamento, o advogado Julio Cesar Domingues Rodrigues, atendendo aos ditames dos demais integrantes do bando criminoso, procurou Joaquim Fabio Mielli Camargo se dizendo intermediário da AL-MT e se colocando à disposição para negociar referidos valores.
Segundo os promotores, entre os meses de fevereiro à abril de 2014, os denunciados subtraíram cerca de R$ 9,48 milhões em proveito próprio e alheio valendo-se da condição de funcionários públicos de alguns de seus membros.
De acordo com declaração presente na decisão que deflarou a "Filhos de Gepeto", Rodrigues afirmou que a maior parte dos 45% pedidos por Riva pelo pagamento da dívida foram repassados, na verdade, ao deputado Romoaldo Junior.
ENTRE EM NOSSO CANAL AQUI
RECEBA DIARIAMENTE NOSSAS NOTÍCIAS NO WHATSAPP! GRUPO 1 - GRUPO 2 - GRUPO 3