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POLÍTICA Segunda-feira, 30 de Julho de 2018, 14:05 - A | A

30 de Julho de 2018, 14h:05 - A | A

POLÍTICA / OPERAÇÃO BÔNUS

Defesa de Savi e primos de Taques aproveitam liberdade de Kobori e pedem HC

Da Redação



(Foto: Montagem/Ilustração)

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Após o ministro Dias Tofoli – que responde interinamente pelo Supremo Tribunal Federal – ter deferido o habeas corpus do ex-diretor da EIG mercados na última sexta-feira (27), as defesas do deputado estadual, Mauro Savi (DEM) e dos primos do governador Pedro Taques (PSDB), o ex-chefe da Casa Civil Paulo Taques e do seu irmão, o advogado Pedro Zamar, ingressaram o pedido de extensão de HC a eles e devem ser analisados até esta terça-feira (31).

 

Kobori, Savi e os primos do governador, foram presos no dia 9 de maio, na operação Bônus, 2ª fase da operação Bereré, por desvios e lavagem de dinheiro, por meio de licitações fraudulentas, que chegaram no valor de R$ 30 milhões, em contratos firmados entre o Departamento Estadual de Trânsito e a EIG Mercados.

 

O ministro responde interinamente pelo STF, enquanto a ministra Carmem Lúcia assume a presidência da República, devido à ausência de Michel Temer (MDB), em decorrência de uma viagem presidencial para a reunião do Brics - agrupamento econômico atualmente composto por cinco países: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul -, na Rússia.

 

Mesmo tendo concedido o HC a Kobori, o ministro deixou claro no decreto favorável ao executivo, que a decisão ainda será reanalisada pela ministra Rosa Weber, relatora da operação Bereré no STF, que se encontra de férias.

 

O que provavelmente deve ocorrer com os demais, caso consigam o parecer favorável a eles.

 

Desvios no Detran

 

O empresário - sócio da Santos Treinamentos - foi preso na operação Bônus, na 2ª fase da Bereré, em maio deste ano. A empresa segundo as investigações do Ministério Público Estadual, funcionava como fachada para apenas “lavar” o dinheiro desviado do Departamento Estadual de Trânsito. Onde foi montado esquema por meio de licitações fraudulentas que teria desviado pelo menos R$ 30 milhões.

 

Roque – segundo o dono da EIG Mercados Ltda. (antiga FDL) e delator no caso -, José Ferreira Gonçalves Neto, estaria ameaçando o ex-diretor da empresa, José Kobori, após os pagamentos de propinas com a Santos Treinamentos pararem. Passando, inclusive, a extorquir os sócios da EIG, exigindo o pagamento de R$ 50 mil mensais, sob a ameaça de utilizar de sua influência política com a Assembleia Legislativa para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) a respeito do contrato entre a empresa e o Detran.

 

Entenda o caso

 

A operação Bônus deflagrada em maio implodiu esquema realizado dentro do Detran, supostamente liderado pelo deputado democrata, Mauro Savi (DEM), já há 76 dias preso no Centro de Custódia de Cuiabá. Ela iniciou no órgão estadual no governo do ex-gestor Silval Barbosa e continuou na administração do governador Pedro Taques, envolvendo empresários e políticos.

 

No inquérito, o Ministério Público Estadual revela que os desvios foram realizados por meio da empresa EIG Mercados, que prestava serviços ao Detran, no registro de financiamento de veículos em alienação fiduciária. Além de outra - Santos Treinamento -, responsável por lavar o dinheiro desviado. As licitações fraudulentas dentro do órgão já teriam desviado pelo menos R$ 30 milhões dos cofres públicos.

 

A EIG Mercados – que em 2009, chamava-se FDL Serviços -, repassava em torno de R$ 500 mil por mês de verbas obtidas pelo serviço que presta ao Detran de Mato Grosso por meio da Santos Treinamento. A empresa era uma espécie de “sócia oculta” nos trabalhos realizados ao departamento estadual.

 

O dinheiro chegava a políticos do Estado - como o ex-governador Silval Barbosa, o deputado estadual Mauro Savi, além do ex-deputado federal Pedro Henry -, por meio de depósitos bancários e pagamentos em cheques promovidos pelos sócios da Santos Treinamento, como Claudemir Pereira, também conhecido como “Grilo”.

 

Delação de Dóia e Barbosa

 

As operações - Bônus e Bereré - se pautaram em acusações contidas na delação do Teodoro Lopes, o 'Dóia’, ex-presidente do Detran e, igualmente, delatado pelo irmão do ex-governador de Mato Grosso Silval Barbosa (sem partido), Antônio Barbosa, em colaboração com a Justiça homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

 

No depoimento, Barbosa revela, inclusive, a participação na fraude, do presidente da Assembleia Legislativa, o deputado democrata, Eduardo Botelho. O nome de parlamentar ainda foi citado por outros investigados, entre eles pelo empresário Roque Anildo Reinheimer, sócio proprietário da Santos Capacitação de Pessoal e Treinamento, que é uma das empresas usadas para o desvio de dinheiro do Detran.

 

Em depoimento prestado em fevereiro deste ano ao Gaeco, Roque assegurou que o presidente da Assembleia Legislativa se tornou sócio da empresa com o interesse exclusivo de receber vantagem indevida. Revelando que Botelho teria se integrado ao quadro societário da empresa para receber uma dívida e que, após recebe-la, começou a ser cobrado para o pagamento de outras vantagens.

 

Roque afirmou, no entanto, que Botelho pretendia sair do quadro de sócios da empresa, o que aconteceu dias depois. Também foram citados os parlamentares Ondanir Bortolini Nininho (PSD), Baiano Filho (PSDB), Romoaldo Júnior (MDB), Wilson Santos (PSDB) e José Domingos (PSD).

 

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