22 de Abril de 2025
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POLÍTICA Quinta-feira, 15 de Dezembro de 2016, 13:17 - A | A

15 de Dezembro de 2016, 13h:17 - A | A

POLÍTICA / "PROPINODUTO"

Depoimentos de líderes de esquema na Seduc, nesta quinta, podem resultar em novas prisões

Da Redação



 

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(Foto: Montagem/Única News)

Rêmora

 Ex-secretário da Seduc, o tucano Permínio Pinto e os empresários Giovani Guizardi e Alan Malouf

'Edifício Avant Garden Business, no Santa Rosa, tem sido chamado pelo Gaeco de "quartel general" dos criminosos'

 

Com o cumprimento do mandado de condução coercitiva contra o engenheiro eletricista e empresário Edézio Ferreira da Silva, nesta quinta-feira, 15,  começa a fechar a terceira fase da operação do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) que apura fraudes na Secretaria de Estado de Educação, denominada “Grão Vizir”. O nome dado à 3ª fase da operação - que desmatelou esquema de licitações em reformas e construções de escolas na Seduc e que teve como alvo principal o empresário Alan Malouf-, foi comparado pelo  Gaeco como um ministro e conselheiro de um sultão, ou rei, da antiga Pérsia.A operação foi realizada nesta quarta-feira, 13.

 

O engenheiro que prestou esclarecimentos aos promotores e já foi liberado, segundo confirmação do Ministério Público Estadual (MPE). Ele já foi ouvido na ação penal que tramita na 7ª Vara Criminal, no último dia 18 de novembro, e disse que prestou serviço para o empresário, réu e delator Giovani Guizardi, dono da Dínamo Construtora, alugando a sala comercial no edifício Avant Garden Business, no bairro Santa Rosa, em Cuiabá, que era usada para as reuniões que Guizardi tinha com o então secretário de Estado de Educação, Permínio Pinto (PSDB) e com os ex-servidores da pasta, Fábio Frigeri e Wander Luiz dos Reis, todos réus no processo criminal.

 

Segundo o depoimento de Edézio, os encontros ocorreram entre setembro de 2015 e fevereiro deste ano. Ele também afirmou ter presenciado outras reuniões de Guizardi com os empresários Luís Fernando Rondon, dono da Luma Construtora, que também é réu e delator do esquema, além do sogro deste, o também empreiteiro Esper Haddad, dono da Construtora Panamericano.

 

Os encontros no edifício Avant Garden Business, no bairro Santa Rosa, tem sido chamado pelo MPE de "quartel general" e deu o nome da segunda fase das investigações, Locus Delicti, pois era onde se arquitetava o esquema de corrupção, por meio de cobrança de propinas e fraudes em licitações de obras de escolas estaduais. 

 

Ainda nesta quinta-feira, 15, estão sendo esperados os depoimentos, juntos, de Guizardi e do ex-secretário da Seduc, o tucano Permínio Pinto. Além dos ex-servidores Moisés Dias da Silva e Wander Luiz dos Reis, considerados como agentes facilitadores, dentro da Secretaria, para o sucesso do esquema.

 

Com Alan preso, após se apresentar no final da tarde desta última quart,a no SOE (Setor de Operações Especiais) e os depoimentos de dois líderes do esquema [Guizardi e Permínio] nesta quinta, na 7ª Vara Criminal, o cerco começa a se fechar. Principalmente se também Alan Malouf optar pela delação premiada. Já que é considerado como o principal mentor do esquema de corrupção na Seduc e primo do deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB), que também teria sido beneficiado com 50% de R$ 1,2 milhão arrecadado pelo empresário Giovani Guizardi através da coação de empresários.

 

Sobretudo, porque há informações de que o Gaeco ainda aguarda  para cumprir outros mandados de condução coercitiva com busca e apreensão na 3ª fase denominada "Grão Vizir".

 

Delação de Guizardi

 

O empreiteiro Guizardi - que liderava fraudes na Seduc -, ficou sete meses (desde o dia 3 de maio) preso no Centro de Custódia de Cuiabá (CCC). No dia 30 de novembro, após assinar delação premniada, conseguiu reverter a detenção em prisão domiciliar. Giovani é apontado como um dos comandantes do esquema de fraudes em licitações de obras da Seduc, que teria fraudado pelo menos R$ 56 milhões dos cofres da Secretaria. 

 

As fraudes investigadas teriam iniciado ainda em 2015, mas especificamente em outubro, mirando 23 obras - escolas que sofreriam ou reformas ou seriam construídas -, que tinham um custo que variava entre R$ 400 mil e R$ 6 milhões. Figuram como réus desta ação penal além do empresário Giovanni Guizardii, ainda Luiz Fernando da Costa Rondon, Fábio Frigeri, Wander Luiz dos Reis, Moisés Dias da Silva e Juliano Jorge Haddad. Os ex-servidores Moisés Dias da Silva e Wander Luiz dos Reis foram soltos e também cumprem pena domiciliar.

 

A Rêmora também levou para a cadeia o ex-secertário de Educação Permínio Pinto, na segunda fase da Rêmora, no dia 20 de julho. Ele continua preso no Centro de Custódia de Cuiabá (CCC).O Ex-secretário é suspeito de comandar as fraudes em licitação na Seduc, tendo com braços no esquema empreiteiros e servidores públicos.

 

O núcleo de operações, após receber informações privilegiadas das licitações da Seduc, organizou reuniões para prejudicar a livre concorrência, distribuindo as respectivas obras para 23 empresas, que integram o núcleo de empresários.O núcleo dos agentes públicos era responsável por repassar as informações privilegiadas das obras que iriam ocorrer e também garantir que as fraudes nos processos licitatórios, além de controlar o pagamento aos empreiteiros e, consequentemente, o das propinas.

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