Euziany Teodoro e Keka Werneck
Única News
O deputado federal Emanuelzinho (PTB), que participa hoje de audiência pública na Assembleia Legislativa sobre a possível troca de modal em Cuiabá e Várzea Grande, de VLT para BRT, sugeriu a realização de um plebiscito para que a questão seja resolvida, pelo voto direto da população.
Emanuelzinho invocou o artigo 6º da Constituição Estadual, que prevê o plebiscito quando questões intermunicipais precisarem de aprovação popular, por meio do voto.
“É justamente por isso que eu venho hoje aqui, para propor um plebiscito. A Constituição Estadual de Mato Grosso define que, em que grandes obras que mexam na região metropolitana, cabe consulta popular, mas não simplesmente botar uma urna para votar. É necessário que se faça uma campanha sobre quais são os pontos do BRT, quais são os pontos do VLT”, explicou.
A decisão de “enterrar” o VLT e implantar o BRT foi tomada de forma unilateral pelo governador do Estado, Mauro Mendes (DEM), o que Emanuelzinho considera “colocar goela abaixo”. Ele acusa o governador de estar tomando uma decisão política e não técnica, apenas “apontando o dedo na cara dos outros”.
“O governador se esquece que ele era prefeito de Cuiabá na época que o VLT foi instalado e não falou um ‘A’. Acusa todo mundo de ser bandido, todo mundo de ter uma reputação não ilibada, e esquece que ele era sócio do governador Silval Barbosa. Então, ele participou de todo esse sistema e hoje quer apontar o dedo para todo mundo”, disparou.
O parlamentar afirma ter se cansado das acusações e ofensas de Mauro Mendes e aponta possíveis interesses financeiros na escolha do BRT para a capital.
“Existe uma coisa no cenário político mundial, inclusive no brasileiro, chamada ‘captura de estado’. O que é isso: corporações privadas que se utilizam da proximidade para financiamento de campanha de deputados, governadores e políticos em geral, e utilizam disso depois para ter retorno durante a atividade pública. Isso pode estar acontecendo com o BRT agora. A gente vai saber lá na frente. Não é porque a gente não consegue ver agora, a olho nu, mas com o tempo e com a distância a gente vai conseguir enxergar o que está acontecendo de verdade”, afirmou.
Com a assinatura de 8 deputados estaduais, em projeto proposto pelo próprio legislativo, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT) é obrigado a abrir uma espécie de campanha eleitoral, inclusive com campanha nas emissoras de rádio e TV, divulgando as propostas. No caso, as vantagens e desvantagens das opções VLT e BRT.
“Peço que pelo menos deem essa oportunidade ao povo cuiabano e ao povo várzea-grandense. Deputados, assinem o plebiscito", pediu Pinheiro.
Em seu discurso na audiência pública, o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), pediu apoio da Assembleia para que o plebiscito aconteça e o povo decida a questão definitivamente.
“Peço que pelo menos deem essa oportunidade ao povo cuiabano e ao povo várzea-grandense. Deputados, assinem o plebiscito. O Governo do Estado é obrigado, o TRE é obrigado a realizar o plebiscito em Cuiabá. É igual um pedido de CPI. Abracem a proposta do deputado Emanuelzinho. Basta 8 deputados assinarem e o TRE é obrigado, no prazo máximo de 90 dias. Qual a vantagem do plebiscito? Vamos supor que o TRE defina o plebiscito para 30 dias. Durante 30 dias é feita uma campanha eleitoral na TV, nas mídias virtuais, rádios, como uma campanha eleitoral: 5 minutos para quem é a favor, 5 minutos para quem é contra. Então vamos democratizar o debate. Explicar para a população o que é o BRT e o que é o VLT. O povo, que é o legítimo dono do nosso mandato, o maior interessado nesse debate. Deixa o povo decidir!”.
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