DOUGLAS TRIELLI
O governador Pedro Taques (PSDB) admitiu a possibilidade de recuar na proposta que prevê a implantação de Parcerias Público-Privadas (PPPs) na gestão escolar do Estado.
O modelo que pode ser implantado em Mato Grosso é o mesmo que já funciona nas escolas de Belo Horizonte (MG). A proposta, entretanto, resultou na ocupação de 22 escolas em Cuiabá e Várzea Grande. A maior parte dos manifestantes afirma que o Estado quer privatizar as unidades de ensino.
Segundo Taques, a proposta deverá passar por audiências públicas e até enquetes nas comunidades escolares. Ele disse que irá acatar a decisão dos professores e pais de alunos.
“Nós não faremos a PPP se a comunidade escolar não concordar. Democraticamente. Agora, não posso ser proibido de discutir, ainda mais por questões ideológicas. É um direito meu discutir, fui eleito para isso e tive 58% dos votos. Quem votou em Mato Grosso para ser Cuba, Venezuela, não votou em mim”, afirmou.
O tucano voltou a dizer, ainda, que a ocupação, que também ocorre em outros estados brasileiros, tem viés político.
De acordo com ele, integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e da CUT (Central Única dos Trabalhadores) são os responsáveis pela ocupação das escolas. Além disso, acusou membros do Sintep (Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público) de espalhar mentiras sobre o projeto.
“Os estudantes que estão lá dentro não são dessas escolas, estão com camiseta do MST, da CUT. Estão preocupados se a Dilma volta ou não volta. Eu não tenho nada a ver com isso. E alguns sindicalistas do Sintep estão mentindo para os pais dos alunos, estão mentindo para os professores, dizendo que PPP é privatização de escolas”, disse.
“Belo Horizonte tem 98% de aprovação das PPP. Agora, existe quem seja contra e tenho que respeitar essas posições. Agora, não me venha com mentira, não venha se utilizar de criança para contar mentira. Aliás, o Conselho Tutelar e o Ministério Público já foram informados disso”, afirmou.
Sem privatização
Taques voltou a explicar que a PPP será uma parceria, por um determinado período, para que professores deixem de se preocupar com a manutenção da escola e foquem na questão pedagógica.
“A iniciativa privada constrói, mantém a segurança da escola, a limpeza e a manutenção. Os servidores públicos continuarão a serem servidores. O pedagógico não pode sair da mão dos professores, que são servidores públicos”, disse.
“O gestor da escola, hoje, fica preocupado com a descarga da escola, pintura, manutenção, goteira. Com a PPP, quem vai fazer isso é a PPP, vai sobrar mais tempo para o diretor e o professor tratar do pedagógico. E vai sobrar mais dinheiro, porque a PPP é mais barata, para o salário do professor”, completou.
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