Luana Valentim
(Foto: Alair Ribeiro)

O titular da 11ª Vara da Justiça Militar, Murilo de Moura Mesquita, atendeu ao pedido do cabo da Polícia Militar, Gerson Luiz Ferreira Corrêa Júnior e marcou para a próxima segunda-feira (27), as 13h30, a audiência para que seja interrogado novamente no processo referente a ‘Grampolândia Pantaneira’.
No último dia 3 de agosto, os advogados do cabo Gerson, Neymam Augusto Monteiro e Thiago de Abreu Ferreira, justificaram que devido ao fato de o cabo Gerson ter sido o último a depor e ter durado mais de 6h, o militar teria ficado exausto. E que agora, alguns pontos poderão ser ‘melhor esclarecidos e explicitados’.
Diante das revelações feitas pelo cabo Gerson, necessitando o esclarecimento exaustivo dos fatos, além das condutas dos acusados, o magistrado decidiu aceitar o pedido de interrogá-lo novamente.
Em seu depoimento no último dia 28, o cabo Gerson confessou que participou do esquema de escutas clandestinas e revelou todos os detalhes de como funcionava e como foi montada a “Grampolândia Pantaneira”.
Ele ainda envolveu o próprio governador Pedro Taques (PSDB), dizendo que as escutas foram montadas em 2014, período eleitoral. Na época, Paulo Taques era coordenador da campanha do primo Pedro Taques e, assim, obviamente, ainda de acordo com Gerson, a implantação da rede de escutas clandestinas era de conhecimento de ambos.
Em contrapartida, o governo informa que o gestor tucano, Pedro Taques determinou que fossem apurados todos os fatos relacionados as supostas escutas telefônicas clandestinas assim que a denúncia chegou ao conhecimento dele, em 2015, garantindo independência das Polícias Civil e Militar nas investigações.
O Executivo ainda ressalta, que Taques chegou a solicitar ao Superior Tribunal de Justiça que ele próprio fosse investigado, neste caso, para comprovar que não teve qualquer envolvimento no suposto esquema.
Lembrando que há um atrito estabelecido na Assembleia Legislativa, devido a uma tentativa de instaurar a CPI dos Grampos. É que no último dia 7 de agosto, a deputada estadual Janaína Riva (MDB), apresentou um requerimento pedindo que fosse investigado o possível envolvimento de Taques no suposto esquema.
Porém, em uma manobra para tentar atrasar essa investigação, o deputado tucano e vice-líder de Taques na Casa, também apresentou um requerimento, mas pedindo que as investigações sejam desde a gestão de Silval Barbosa em 2011.
O presidente da Casa, Eduardo Botelho (DEM), inclusive, chegou a nomear uma comissão interna para analisar a situação. Acontece que já tem três CPIs em andamento, o máximo permitido.
A tentativa agora está em arquivar uma delas para que seja instaurada a CPI dos Grampos, ou mesmo, conseguir as 16 assinaturas exigidas para que, de acordo com o Regime Interno da AL, seja instaurada uma quarta CPI.
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