16 de Junho de 2025
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POLÍTICA Sexta-feira, 03 de Junho de 2016, 09:41 - A | A

03 de Junho de 2016, 09h:41 - A | A

POLÍTICA /

Justiça (im)parcial?



O juiz Sérgio Moro disse que "êxito da Justiça depende de traição entre os criminosos". 

Concordo, em parte. Para mim, mais do que isso, "o êxito da 'Justiça' depende da imparcialidade de seus membros. 

Então, para ser perfeita e cumprir o seu papel sem suspeição, alguns setores da 'Justiça' precisa deixar prá trás toda sua hipocrisia, seletividade ideológica e interesses fisiológicos. Daí teremos justiça para todos. 

Como é possível prender e condenar alguns com base na 'teoria do domínio do fato', enquanto outros continuam livres, leves e soltos, embora, um deles, por exemplo, já foi citado mais do que todos juntos nas delações da Lava Jato, sendo colecionador de evidências de participação em esquemas, considerado pelos próprios pares o mais vulnerável de todos?

Esse sujeito, aparentemente inimputável aos olhos da Justiça, embora recordista de citações na Lava Jato, foi presenteado recentemente com o arquivamento de mais dois inquéritos, em tempo recorde, por um ministro amigo seu, indicado pelo seu partido ao STF. 

Depois, o mesmo ministro foi se encontrar sábado à noite, com outro investigado da Lava Jato. 

Como é possível uma presidente eleita democraticamente, sem ter cometido crime de responsabilidade algum, tampouco sem ter contra si qualquer prova de locupletação ilícita, de beneficiamento pessoal nalgum esquema de corrupção, ser afastada do seu mandato? 

Como é possível um ex-presidente que praticou os mesmos atos orçamentários no passado e, pior, vendeu metade do Brasil e mudou a Constituição, em benefício próprio, para se perpetuar no poder, ao custo de muito dinheiro para comprar votos e aprovar a emenda da reeleição, a jato e com jato, ter voado em céu de brigadeiro, com o engavetamento das investigações, não ter sofrido qualquer abalo aos seus mandatos? 

Inclusive, foi esse ex-presidente que nomeou o ministro do STF citado acima, que tem segurado as broncas e salvado a pele do senador do partido do mercado, correligionário seu, citado em tudo quanto é delação da Lava Jato, no entanto, sem sequer se fazer de rogado, na verdade, sendo bastante assanhado e dissimulado.

Enfim, para parte do Judiciário, e até da sociedade, parece que, para ser bandido ou suspeito, só se usar barba, trajar vermelho, for filiado a um partido de esquerda e ter um sobrenome comum.

Entretanto, caso tire a barba, vista azul, for filiado ao partido predileto do mercado e tiver um sobrenome com pedigree, daí vira santo, é canonizado em vida, com licença para saquear das mais variadas formas.

Como disse Salvador Allende: "Não basta que todos sejam iguais perante a lei. É necessário que a lei seja igual perante a todos."

PAULO LEMOS é advogado em Mato Grosso

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