Euziany Teodoro
Única News
Estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontou Mato Grosso como o novo epicentro da Covid-19 no Brasil, com a maior curva de crescimento na taxa de contaminação pelo coronavírus.
O estudo é desta semana e faz a comparação dos dados em um mês. Em 1º de junho, o Estado tinha 67 mortes, de acordo com o boletim epidemiológico Nº 85, da Secretaria de Estado de Saúde. Já em 1º de julho, no boletim Nº 115, 665 óbitos haviam sido registrados. Um crescimento de 892,5%.
Em entrevista à GloboNews na manhã desta sexta-feira (3), o governador Mauro Mendes apontou para as diferentes situações entre os municípios mato-grossenses e erros das gestões municipais, que levaram ao avanço acelerado da Covid-19 no Estado.
Segundo ele, vários prefeitos, especialmente os das maiores cidades, como Cuiabá, Várzea Grande e Rondonópolis, “fecharam tudo” no início da pandemia, quando tinham pouquíssimos casos confirmados, e hoje enfrentam as consequências desse fechamento, tendo dificuldades para determinar novas medidas restritivas.
“É lamentável. Nós registramos nos últimos 15 dias um número muito crescente de casos e de mortes em nosso Estado. Primeiro, isso se deve ao pequeno nível de distanciamento social que está acontecendo em Mato Grosso e vimos nos últimos 30 dias um nível de atividade econômica muito normal. Lá no início da pandemia, quando tivemos o primeiro caso, alguns prefeitos, precipitados, decretaram paralisação do comércio e isso causou muito transtorno, no momento em que não precisava. Agora que nós precisamos de ter realmente o nível de distanciamento maior, existe uma resistência da população e de alguns prefeitos em adotar as medidas adequadas para esse momento”, afirmou Mendes.
Ele explicou que o Governo não pode fazer um decreto para cada prefeitura, especialmente por já existir decisão judicial que garante a autonomia dos prefeitos para tal.
"Cada agente tem que fazer seu papel. Estamos num momento de guerra."
“Neste momento, temos que respeitar e criar uma harmonia. Cada agente tem que fazer seu papel. Estamos num momento de guerra. O prefeito tem que fazer o papel dele, eu o meu, o Governo Federal, o Ministério Público, o Judiciário. Não podemos, como Governo, ficar fazendo decreto de cidade em cidade, de acordo com a realidade de uma contaminação, até porque existe uma decisão do nosso Tribunal de Justiça dizendo que quem toma as medidas são os prefeitos”, afirmou.
O que o Governo do Estado fez foi publicar um decreto com a classificação de risco, de acordo com o nível de contaminação e taxa de ocupação de leitos exclusivos à Covid-19. Com base nisso, os prefeitos devem decretar as medidas restritivas orientadas. No entanto, segundo Mendes, há resistência.
Para ele, quando a Fiocruz aponta Mato Grosso como o novo epicentro, pode estar “meio certa”, pois o epicentro é a região Centro-Oeste.
“Quando a Fiocruz diz que Mato Grosso é o novo epicentro, pode estar meio certo, porque o epicentro, agora, é o Centro-Oeste. Passou pelo Sudeste e agora está forte em Goiás, está forte em Mato Grosso e está forte em Mato Grosso do Sul. Nós temos que tomar todas as medidas e remédios necessários para minimizar o impacto disso na saúde pública e, na sequência, na economia”, concluiu.
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