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POLÍTICA Segunda-feira, 04 de Setembro de 2017, 15:29 - A | A

04 de Setembro de 2017, 15h:29 - A | A

POLÍTICA / MÍDIA NACIONAL

Ministro Gilmar Mendes estaria ligado a esquemas de Silval em MT, diz Valor Econômico

Da Redação



Reprodução / Internet

 

 
Após o sigilo da delação premiada do ex-governador Silval Barbosa ser derrubado, no dia 25 de agosto, muitos nomes do cenário político mato-grossense e brasileiro foram envolvidos em bem articulados esquemas de corrupção.
 
Nesta segunda-feira (04), o jornal Valor Econômico - à exemplo do Globo -, também de posse do estruturado mapa de corrupção instalado no Estado, pelo ex-governador peemedebista Silval Barbosa, revelou alguns pontos da delação que podem apontar o ministro do STF, Gilmar Mendes, como um dos personagens deste esquemão.
 
Os depoimentos de Silval - que já ultrapassam a 150 denúncias -, feitas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, também envolveu na bem montada organização criminosa, o atual ministro da Agricultura e ex-governador, Blairo Maggi (PP); além do atual gestor tucano, Pedro Taques (PSDB).
 
Mas Silval em sua delação premiada não poupou ninguém e ainda envolveu dois dos três senadores de Mato Grosso, representante do Tribunal de Contas  e a grande maioria dos deputados estaduais - desta e da legislatura anterior, entre eles o atual prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB).
 
Como prova de suas declarações, o ex-gestor estadual entregou além de documentos, vários vídeos de deputados recebendo propina. O vídeo foi exibido com exclusividade pelo Jornal Nacional no último dia 24 e 28.
 
Sem aparecer nas delações, diretamente, o jornalista Ricardo Mendonça, apontou três acontecimentos que poderiam envolver o ministro nos esquemas de corrupção. Como a estatização de uma universidade da família de Gilmar, em Diamantino (a 209 Km de Cuiabá); a isenção do ministro no julgamento do ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Riva; e por fim, a contratação do Instituto Brasiliense de Direito Privado (IDP), do qual Gilmar é sócio, para fazer um concurso que foi cancelado.
 

 

Compra da Universidade

 
A União de Ensino Superior de Diamantino (Uned) foi criado pelo ministro, uma irmã e outros três sócios no fim dos anos 90, na cidade natal do magistrado, o município de Diamantino, onde seu pai e um irmão já foram prefeitos.
 
"A Uned operou 13 anos enfrentando dificuldades por causa da inadimplência. Até que em 2013 Silval resolveu comprá-la. Para isso, mobilizou os deputados estaduais que precisaram aprovar uma norma para dar autonomia para a Universidade Estadual do Mato Grosso (Unemat) realizar a aquisição", diz trecho da matéria.
 
A compra que custou cerca de R$ 8 milhões, transformou a unidade em estatal e fez com que a faculdade parasse de cobrar mensalidade. Por isso, o número de alunos aumentou. No entanto, a instituição vive até hoje de manheira precária já que não realizou concurso para o corpo docente. 
 
 

Isenção caso Riva

 
Outro aspecto levado em consideração pelo jornalista, foi a isenção de Gilmar Mendes no julgamento de José Riva que chegou ao STF.  Na ocasião, o parlamentar estava preso sob a acusação de desvio de mais de R$ 60 milhões em concorrências fraudulentas.
 
Na ocasião, o advogado de Riva, Rodrigo Mudrovitsch, que é professor do Instituto Brasiliense de Direito Privado (IDP), escola que tem Gilmar como sócio, e já havia sido defensor do próprio Gilmar.
 
E, mesmo diante dos fatos, Mendes não se declarou impedido de julgar o ex-deputado. Enquanto a segunda turma, Teori Zavascki e Carmén Lúcia votaram pela manutenção da prisão de Riva, que já estava preso há quatro meses. Mendes defendeu o habeas corpus e teve seu voto acompanhado por Dias Toffoli, o que resultou na soltura do ex-parlamentar.
 
"Dias depois, a juíza da 7ª Vara Criminal do Mato Grosso, Selma Arruda, determinou nova prisão de Riva. Fez isso com base em outro processo e novos indícios que, no seu entender, justificavam a medida preventiva. Gilmar chamou o caso para si e mandou soltá-lo imediatamente. Assim como fez recentemente com o juiz Marcelo Bretas, do Rio, interpretou a interpretou a segunda decisão de Selma como uma afronta à sua autoridade", diz trecho da matéria.
 
 

Concurso na AL

 
O terceiro episódio retratado pelo jornalista, aconteceu em 2012, quando o Instituto Brasiliense de Direito Privado (IDP), do qual Mendes era sócio, foi contratado para realizar o concurso na Assembleia Legislativa. Na época, Riva era o presidente da casa.
 
"Entre outras coisas, diziam que o IDP não tinha experiência anterior alguma nesse tipo de atividade e acusavam o instituto de ter preparado um edital com vícios que favoreciam comissionados já instalados na Casa. Mencionavam ainda erros primários do edital, como especificar uma norma do Mato Grosso do Sul inexistente no Mato Grosso. A desconfiança era de que se tratava de uma operação capitaneada por Riva para garantir a perpetuação de aliados na Assembleia. ", diz trecho.
 
Por causa da desconfiança, o concurso foi publicamente criticado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE). E, em julho de 2013, o concurso foi cancelado.

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