Da Redação
Alair Ribeiro
O Ministério Público do Estado (MPE) acatou a denúncia feita pela Justiça e acusou o deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB) de dobrar salário de servidora comissionada da Assembleia Legislativa para que não tivesse a participação no esquema de fraudes na Secretaria de Estado de Educação (Seduc) revelada.
A servidora em questão Renata dos Reis, é filha do servidor da Seduc, Wander Luiz dos Reis, réu no processo decorrente da Operação Rêmora, que investiga as fraudes no órgão.
Quando o esquema veio à tona, Maluf era presidente da Mesa Diretora da Assembleia e o MPE apontou que antes da prisão de Wander dos Reis, na primeira fase da operação, Renata recebia salário líquido de R$ 3,2 mil e depois passou a receber R$ 7,1 mil.
O funcionário teria sido indicado por Maluf para ocupar o cargo de Superintendente de Acompanhamento e Monitoramento da Estrutura Escolar, posição estratégica na Secretaria, por facilitar a contratação de empresas para as obras de construção e reformas de escolas.
Segundo o MPE, o deputado e o empresário Alan Malouf, que são primos, agiam de forma coordenada para garantir a indicação de pessoas ligadas a eles no cargo de superintendente de Acompanhamento e Monitoramento da Estrutura Escolar da Seduc.
Dessa forma, os dois faziam “pressão” sobre as empreiteiras, garantindo o pagamento da propina, uma vez que o cargo tinha posição estratégica na Seduc, já que é o responsável pelo recebimento da documentação das empresas para a realização de obras emergenciais.
Os promotores destacaram que o parlamentar atuou como um dos principais líderes da chamada “organização criminosa”, sendo um dos beneficiários direto de parcelas da propina arrecadada.
O esquema foi descoberto na Operação Rêmora. Além de Guilherme Maluf, o MPE afirma que núcleo de liderança da organização tinha a participação do ex-secretário de Estado de Educação, Permínio Pinto Filho.
As investigações, conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), apontam que foi Alan Maluf que articulou junto ao ex-secretário de Educação a inserção de Giovani Belatto Guizardi, pessoa de sua confiança com quem guarda parentesco, na condição de operador de cobrança e recebimento de vantagens ilícitas relacionadas a obras públicas da Seduc, garantindo assim o pleno controle sobre as atividades ilícitas do grupo delituoso.
Sendo assim, o Ministério Público garante que Permínio Pinto Filho, Alan Maluf e Guilherme Maluf se mantinham “nas sombras”, comandando e agindo por pessoas interpostas que se encontravam nas demais camadas da organização.
Na denúncia oferecida nesta terça-feira pelo Naco, além do deputado Guilherme Maluf, também foi denunciado o seu segurança por embaraçamento de investigação, Milton Flávio de Brito Arruda.
FAÇA PARTE DE NOSSO GRUPO NO WHATSAPP E RECEBA DIARIAMENTE NOSSAS NOTÍCIAS!