Ari Miranda
Única News
O resultado da Comissão de Ética da Assembleia Legislativa em apenas censurar o deputado estadual Gilberto Cattani (PL), não agradou muito ao deputado Júlio Campos (UB), integrante do colegiado.
Apesar de não ter revelado seu voto, para Júlio, a penalidade contra o colega de parlamento deveria ter sido outra.
“Olha, por mim, seria diferente”, se limitou a dizer após a reunião que determinou a censura à Cattani, na tarde desta quarta-feira (6)
Por três votos a dois, a comissão decidiu, pela primeira vez na história, pela censura ao deputado Gilberto Cattani, como punição pelo episódio em que o parlamentar comparou a gestação de mulheres a de vacas. Na prática, a censura funciona como um repúdio às atitudes do parlamentar.
A decisão deve ser publicada no Diário Oficial nesta semana.
Júlio Campos comentou que os membros da Comissão de Ética chegaram a cogitar a possibilidade de Cattani participar de um curso de ética. Porém, devido a falta de estrutura, os deputados mudaram de ideia.
“Foi votação secreta, 3 a 2. Três pela advertência e dois por uma suspensão por 30 dias. Mas, a maioria vence, ‘né’? A censura é um ato muito ruim. É a primeira vez na história do Poder Legislativo de Mato Grosso que um deputado em exercício do mandato será censurado por seus atos cometidos no exercício do mandato. Então, vai ser publicado o Direito Oficial, uma censura a ele. Como chegou a se aventar a hipótese, ele tem que fazer um curso de ética, mas como não tem, neste momento aqui uma estrutura, ficou só a censura”, comentou.
A representação contra Cattani foi protocolada pela presidente da Comissão da Mulher da OAB, Glaucia Amaral, e pela defensora pública-geral Maria Luziane, pedindo a abertura de um procedimento contra Cattani, por quebra de decoro parlamentar, discriminação contra mulheres e desobediência aos deveres previstos na Constituição do Estado.
DENÚNCIA DE VEREADORA
Um novo pedido de investigação contra Cattani foi encaminhado para análise da Comissão de Ética. Desta vez, a vereadora por Cuiabá, Maysa Leão (Republicanos), pede que a Casa Parlamentar tome providências em relação a um vídeo mantido pelo deputado em suas redes sociais contra o deputado que, segundo ela, ao manter um vídeo em suas redes sociais, em que debatem sobre penalidades a estupradores, onde, segundo Maysa, o deputado deixa a entender que é favorável aos estupradores.
A denúncia da vereadora tem resultado em uma onda de comentários negativos e ameaças contra ela.
Na segunda-feira (4), Maysa Leão foi até a Assembleia Legislativa pedir a Procuradoria da Mulher do parlamento que tome providências contra Gilberto Cattani, apresentando ainda um documento, assinado por 15 vereadores e entidades, pedindo a abertura de uma comissão processante para apurar uma possível quebra de decoro parlamentar de Cattani por manter o material, que segundo a vereadora, está resultando em violência virtual.
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