Wellyngton Souza
(Foto: João Vieira)
O ex-deputado federal, Pedro Henry, se negou a falar com a imprensa na tarde desta sexta (6), sobre a operação Bereré, que apura esquema de propina e lavagem de dinheiro no Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran-MT). Henry foi um dos que compareceram na sede do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) para oitiva.
De acordo com investigação do Ministério Público Estadual (MPE), o ex-parlamentar é considerado um dos líderes do esquema que operou entre 2010 e 2015, e gerou mais de R$ 27 milhões desviados no órgão. Ainda conforme as investigações, ele foi um dos beneficiários da propina que era "lavada" pela empresa Santos Treinamento, parceira da EIG Mercados no contrato milionário com o Detran. O governador Pedro Taques (PSDB) determinou na última semana intervenção do contrato.
O Ministério Público Estadual já ouviu oito pessoas nas investigações. Até agora, foram ouvidos os deputados Ondanir Bortolini, Wilson Santos, e Romoaldo Junior, além de Antonio Eduardo da Costa e Silva, Sílvio Cezar Araújo, Pedro Henry, Dauton Vasconcelos e Maria de Fatima Azoia Pinoti. Henry e Vasconcelos estavam sendo ouvidos na tarde desta sexta-feira.
A operação foi desencadeada em fevereiro com o cumprimento de mandados de busca e apreensão na Assembleia Legislativa, em imóveis e escritórios, além da sede da empresa em Brasília. Foram alvos o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho, o deputado estadual Mauro Savi, Henry, servidores públicos, empresas e particulares.
A operação é desdobramento da delação premiada do ex-presidente do Detran, Teodoro Moreira Lopes, o "Dóia". Ele revelou esquemas de corrupção na autarquia, iniciados em 2009, e que renderia, ao menos, R$ 1 milhão por mês.
No mês passado, o desembargador José Zuquim Nogueira, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), autorizou a extensão das investigações da operação em relação a mais cinco deputados estaduais. Assim, Romoaldo Júnior, José Domingos Fraga, Wilson Santos, Ondanir Bortolini e Baiano Filho passaram a ser alvos da operação.
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