Ari Miranda
Única News
Eleito na semana passada por unanimidade, para presidir o Tribunal de Contas do Estado (TCE), o conselheiro Sérgio Ricardo voltou dizer que seu principal objetivo será combater as desigualdades em Mato Grosso. Em entrevista à Rádio Cultura FM, na manhã da última quinta-feira (9), ocasião em que detalhou o índice da fome e da pobreza no estado.
“Mato Grosso é um estado rico e miserável ao mesmo tempo. Nós temos Lucas do Rio Verde, uma cidade rica e próspera que tem aumentado sua população em 70%, mas temos Barão de Melgaço, onde as crianças da creche e das escolas estão bebendo água contaminada, o esgoto se mistura com a água e as crianças bebem. São desigualdades que nós teremos que acabar”, explica.
Sérgio Ricardo também trouxe dados das contas do Estado e enfatizou que parte da população do estado vive abaixo da linha da pobreza.
“Assim como no Brasil, metade da população de Mato Grosso vive em estado de insegurança alimentar, abaixo da linha da miséria. Mato Grosso tem 3 milhões e 600 mil habitantes, e 900 mil pessoas vive do Bolsa Família, 23,3% da população vive do Bolsa Família”, explicou
“Então, tem alguma coisa para se consertar. Fomos notícia da ‘fila dos ossinhos’, mas a coisa é bem mais grave. Tem gente que não consegue chegar nessa fila”, enfatizou.
O presidente explicou ainda que não irá se ater aos procedimentos de praxe da Corte de Contas, destacando que, assim como outros membros do tribunal, irá fiscalizar com mais rigor as contas dos municípios.
“Minha função não é só de julgar contas, para mim não serve apenas o ‘apliquei 25%, 30% na educação’, eu vou questionar os prefeitos ‘tem algum analfabeto na sua cidade? Tem criança fora da sala de aula? Tem alguma escola detonada, sem cadeira e sem banheiro?’. Se não, não valeu de nada", garantiu.
O conselheiro do TCE reiterou que os tribunais são a instituição mais importante do Brasil e que o Poder Público precisa, de fato, atender às necessidades e anseios da população trabalhadora e carente do estado.
“Mato Grosso tem ilhas de prosperidade e ilhas de miséria, e o Tribunal de Contas sabe disso. Por isso eu digo que os tribunais são as instituições mais importantes da república brasileira, porque nós pegamos o holerite do município, a prestação de contas do município”, afirmou.
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