Embora a expressão seja oriunda da meteorologia, pra explicar condições do tempo em que se associam diversos fatores contrários, as questões políticas no governo de Mato Grosso configuram uma tempestade perfeita. De um lado, um problema anterior, conjuntural, que é a baixíssima capacidade do governo para fazer investimentos. O orçamento é engessado, a despesa cresce mais do que a receita e a equação fica cada vez mais difícil. De outro, a greve geral do funcionalismo público por conta da Reposição Geral Anual – RGA.
Nos dois casos, existem fatores anteriores que vieram formar a tempestade perfeita dentro de um mesmo cenário e na mesma ocasião. No orçamento de R$ 18 bilhões em 2016, ao governo só restam cerca de R$ 500 milhões para investimentos. Muito pouco. A despesa pública corrente cresceu 17% e a receita apenas 12,2% (medida até 2012). O cenário não mudou. Em 2005 a despesa com pessoal era de R$ 2.174 milhões e saltou em 2012 para R$ 6.181 milhões. Aqui aparece clara a necessidade de se ajustar a despesa com pessoal à evolução da receita tributária.
A questão da RGA esbarra em muitas variáveis. Na tolerância da Lei de Responsabilidade Fiscal, na inflação inesperada de 2015 que se agravou com o INPC adotado em 2009 como fator de correção dos salários. Por fim, a queda de receitas com a crise econômica brasileira. A greve geral dos servidores saiu do campo administrativo a caiu na malha política. Desgastar o governo passou a ser um novo ingrediente nas discussões. Aproveitando-se da inexperiência política, o Fórum Sindical com seus 32 sindicatos assumiu um perigoso controle das discussões começou a partidarizar a greve e a negociação em torno da RGA.
Por fim, esse cenário geral, inclui a solução da crise com a RGA e a greve, mas inclui também a necessidade de uma profunda modernização do governo pra que ele possa respirar na economia e na política nesses 30 meses de gestão que ainda lhe restam.
Com tudo isso, o governo enfrenta uma tempestade perfeita, e urgente necessidade de se reinventar, muito difícil no meio do furacão.
ONOFRE RIBEIRO é jornalista em Mato Grosso
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