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POLÍTICA Quarta-feira, 28 de Março de 2018, 19:07 - A | A

28 de Março de 2018, 19h:07 - A | A

POLÍTICA / GRAMPOLÂNDIA PANTANEIRA

TJ nega pedido para suspender ação contra militares em grampos

Wellyngton Souza



(Foto: Alair Ribeiro)

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Os advogados do cabo Gerson Corrêa, investigado no esquema de escutas clandestinas no estado, tiveram parecer negado para suspender às investigações. A decisão assinada nesta terça (27), é do desembargador Luiz Ferreira da Silva, da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJMT).

 

Os advogados do cabo pediram que fosse declarada a suspeição dos coronéis Luiz Claudio Monteiro da Silva e Valdemir Benedito Barbosa, que fazem parte do Conselho de Sentença, e que a ação ficasse suspensa até o julgamento do mérito do pedido.

 

A defesa alega que os juízes militares teriam cometido excesso de linguagem e antecipação de juízo de mérito, sobre o pedido de revogação da prisão preventiva em fevereiro.

 

No dia 14, a Terceira Câmara Criminal do TJ deu parecer favorável ao pedido de soltura de Gerson. Os desembargadores Gilberto Giraldelli e Juvenal Pereira da Silva acompanharam o voto do relator, desembargador Luiz Ferreira da Silva, durante audiência.

 

Entre as medidas cautelares impostas à Gerson, é o uso monitorado da tornozeleira eletrônica. Ainda entre as medidas, Gerson deverá se recolher em casa à noite e nos finais de semana e não poderá manter contato com os demais acusados e testemunhas. 

 

No dia 2 de fevereiro, o pedido de substituição da prisão preventiva foi negado pelo juiz Murilo Mesquita, titular da 11ª Vara de Criminal de Cuiabá, que citou periculosidade do réu e a gravidade dos crimes imputados a ele.

 

Entenda o caso

 

A existência da suposta rede clandestina de grampos telefônicos em Mato Grosso veio à tona no 11 de maio, quando o governo do Estado anunciou a exoneração do ex-chefe da Casa Civil Paulo Taques. Sua saída foi anunciada como um acordo entre Paulo e seu primo, o governador Pedro Taques, para que o homem forte do Executivo deixasse o Palácio Paiaguás e cuidasse pessoalmente das investigações envolvendo a suposta “arapongagem”.

 

No dia 23 de maio, o juiz Marcos Faleiros, da 11ª Vara Criminal Especializada em Crimes Militares de Cuiabá, determinou a prisão preventiva do ex-comandante-geral da Polícia Militar, coronel Zaqueu Barbosa, que teria atuado não só como mandante, mas como o responsável por manter contato pessoal com magistrados para viabilizar a quebra de sigilo telefônico ilegal em Mato Grosso.

 

O cabo da Polícia Militar, Gerson Luiz Ferreira Golveia Junior - integrante do Núcleo de Inteligência da PM e teria assinado alguns pedidos de grampos à Justiça -, também foi preso.

 

O caso denunciado pelo ex-secretário de Estado de Segurança Pública (Sesp), o promotor de Justiça Mauro Zaque, apontou que membros da Polícia Militar aproveitaram uma investigação relacionada ao tráfico de drogas na região de Cáceres (177 km de Cuiabá), para inserir números telefônicos de políticos adversários ao governo, médicos, advogados, parlamentares, jornalistas, servidores públicos e até desembargador aposentado de Mato Grosso, em um pedido de quebra de sigilo.

 

O requerimento para as interceptações teria sido encaminhado ao MPE, que por sua vez formalizou a solicitação à Justiça estadual. A autorização teria partido do juiz Jorge Alexandre Martins Ferreira, que não teria tido conhecimento de que nem todos os números relacionados pela PM estavam relacionados com o crime tratado no processo.

 

A lista de grampeados é composta, até mesmo, por uma empresária que teria tido um relacionamento amoroso com o ex-secretário-chefe da Casa Civil Paulo Taques, Tatiane Sangalli.

 

As interceptações ocorreram em uma manobra denominada “barriga de aluguel”, onde é pedido à Justiça autorização para interceptar os telefones de pessoas que não são investigadas, nesse caso, junto com os de integrantes da quadrilha de tráfico de drogas.

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