Ari Miranda
Única News
O ex-governador e deputado estadual eleito, Júlio Campos, afirmou nesta semana que o União Brasil, partido do qual faz parte, está ‘fadado ao fracasso’, caso resolva fazer parte da base aliada do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sem que a Executiva Nacional do partido ouça os parlamentares que foram eleitos e reeleitos para a Câmara e o Senado Federal.
Caso a direção decida tomar a decisão sem o aval dos filiados, Júlio foi categórico em afirmar que o União vai repetir o mesmo erro das eleições deste ano, onde o partido lançou a candidatura da senadora Soraya Thronicke à presidência; chapa que obteve o apoio de pouquíssimas lideranças e pouco mais de 600 mil votos. O fracasso iminente preocupa preocupa o político mato-grossense.
“Se o União Brasil for compor com o governo de Lula sem ouvir as bases partidárias, mais uma vez irá ao fracasso, como foi com a candidatura própria da Soraya(...). Não tem sentido o partido não reunir pelo menos os deputados federais e senadores. Eles têm que ser ouvidos, se querem ou não participar do governo”, disse Campos.
Conversas de bastidores dão conta de que, em troca de apoio, Lula ofereceu o Ministério da Integração Nacional para o União Brasil, com a esperança de ter o partido em sua base. A ideia inicial do presidente eleito é que o ministério fique com o deputado federal baiano Elmar Nascimento, relator da PEC da Transição na Câmara e líder do UB no parlamento, diminuindo com isso a bancada de oposição no Congresso Nacional e melhorando sua governabilidade.
No entanto, Júlio Campos defende uma independência da legenda, dando apoio apenas aos bons projetos do governo e evitando um "racha" dentro do União, visto que a maioria dos filiados da agremiação apoiaram o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL) nas eleições deste ano.
“Eu acho que, nesse momento não. O partido poderia ficar independente, apoiar os bons projetos de interesses do governo federal, mas sem, inicialmente, ocupar cargo. 80% das bases, ou mais, do atual União Brasil votou com Bolsonaro e perdeu. Quem votou e perdeu deve ser oposição. Não sendo oposição, pelo menos deve ser independente”, asseverou.
Campos aponta ainda que, caso haja uma aliança entre União Brasil e o presidente Lula, o partido corre o risco de voltar à velha pecha do antigo Partido da Frente Liberal (PFL/Democratas) de ser sempre um partido pró-governo, independente se direita ou esquerda, definindo uma ida do partido para a base de Lula como uma “barganha”.
“Ir compor a troco de ministério, vai voltar ao União Brasil aquela pecha que tinha no antigo PFL, de ser um partido governista. Qualquer um que estava no governo, o PFL estava, como é o caso do Centrão, PP, PSD (...). Mudou de governo e não impede de ir ao governo”, concluiu.
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