22 de Março de 2025
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POLÍTICA NACIONAL Sexta-feira, 07 de Fevereiro de 2025, 07:45 - A | A

07 de Fevereiro de 2025, 07h:45 - A | A

POLÍTICA NACIONAL / REELEIÇÃO EM RISCO

Queda da popularidade de Lula no Nordeste acende alerta vermelho no governo

Principal fator apontado é a menor capacidade de consumo, com o aumento da inflação, em especial dos alimentos e a alta de impostos.

Mariana Schreiber
da BBC Brasil, em Brasília



A queda da popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em janeiro — um "tombo histórico", nas palavras do ex-presidente do PT José Dirceu — assustou o Palácio do Planalto e o partido.

Um dos pontos que gera especial preocupação no governo é o impacto da piora da avaliação no Nordeste, região que se tornou um bastião petista nas disputas presidenciais desde 2006 — e a única em que Lula derrotou o ex-presidente Jair Bolsonaro em 2022.

A vitória larga no Nordeste, em que Lula recebeu 69,3% dos votos válidos, cerca de 12,5 milhões a mais do que Bolsonaro, foi determinante para sua eleição apertada nacionalmente (50,9% contra 49,1%), em que a diferença de votos ficou em apenas 2,1 milhões.

A pesquisa que acendeu a luz amarela no governo foi um levantamento do instituto Quaest, do final de janeiro, mostrando que a avaliação negativa do presidente superou a positiva pela primeira vez desde o início do mandato, em janeiro de 2023.

Segundo a pesquisa, que ouviu 4.500 pessoas entre 23 e 26 de janeiro em todo o país, o percentual dos brasileiros que reprova o trabalho de Lula subiu de 47% para 49%, na comparação com dezembro. Já o dos que aprovam caiu de 52% para 47%.

Nome histórico do PT e ministro de Lula em seu primeiro mandato, José Dirceu escreveu em artigo publicado na semana passada no jornal Folha de S.Paulo que "a popularidade do governo tomou um tombo histórico no meio do terceiro mandato do presidente", ao citar os dados da Quaest.

"O mais importante: algumas das maiores perdas de aprovação se deram entre os mais pobres, os moradores do Nordeste e as mulheres, segmentos que ajudaram Lula a derrotar Jair Bolsonaro nas urnas em 2022", continuou.

Já a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), disse ao jornal O Globo também na semana passada que o apoio do Nordeste a Lula não está garantido em 2026. Ela cobrou mais presença do governo na região e "muita atenção para os investimentos previstos para corresponder às expectativas da população".

Valter Campanato/Agência Brasil

Alimentos

 Alta de impostos e preço dos alimentos vem diminuindo popularidade de Lula no Nordeste do país.

A BBC News Brasil conversou com analistas políticos nordestinos e eleitores de Lula na região para entender a piora do humor com o governo.

O principal fator apontado é a menor capacidade de consumo, com o aumento da inflação, em especial dos alimentos, e a alta de impostos pesando no bolso da população, a exemplo da taxação das importações adotada em julho, conhecida como "taxa das blusinhas".

Especialistas apontam também a dificuldade do governo em dialogar com trabalhadores informais e pequenos profissionais liberais, comuns na região que tem a maior taxa de desemprego do país — 8,7% no terceiro trimestre de 2024, segundo o dado mais recente do IBGE, contra 6,4% na média nacional.

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