Euziany Teodoro
Única News
O presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (DEM), que geralmente fica neutro nas votações do plenário, dessa vez saiu em defesa dos professores temporários que estão sem contrato com o Governo do Estado devido à pandemia do novo coronavírus.
Ao votar pela derrubada do veto que barrou a proposta, Botelho pediu que o governador Mauro Mendes, seu colega de partido, mude a visão do Estado e “estenda a mão aos pequenos”.
“Minha fala vai ao meu amigo, meu colega, meu companheiro, meu correligionário, o governador Mauro Mendes: o Governo precisa começar a olhar para os pequenos nesse momento. Para as pessoas que dependem do Estado, que estão perdendo empregos, a Agricultura Familiar, que está aí passando necessidades. Precisa de uma mão do Estado e o governador, através de seu secretário de Finanças, Rogério Gallo, só diz ‘não’ para tudo que chega lá”, disse.
O projeto é de iniciativa da Assembleia Legislativa e cria despesa para o Executivo, pois indicou o auxílio aos professores, mas sem sugerir uma fonte de recursos. Por isso, o governador Mauro Mendes tinha vetado a proposta, que em seu entendimento, é inconstitucional.
Botelho explicou que os deputados suspenderam a proposta da pauta do início e aguardaram que o Governo do Estado enviasse um projeto próprio, mas isso nunca aconteceu.
“Se esse projeto está em andamento, se está sendo discutido agora, é porque não veio nenhuma proposta de lá. Porque tentativas nós fizemos. Eu não sou a favor de nós criarmos uma despesa para o Estado que seja desnecessária, sou a favor de ver o Estado enxuto, defendo a Reforma da Previdência, o Estado precisa disso, mas o Estado, neste momento, também precisa mudar”, afirmou.
Para ele, a proposta dos deputados é legal, da mesma forma que o Congresso Nacional foi o autor de auxílios emergenciais a profissionais ambulantes, por exemplo, que estão recebendo R$ 600 ao mês do Governo Federal.
"Eu sempre procuro ser neutro aqui dentro, o mais neutro possível. Mas tem momentos que nós não podemos nos calar. Tem momentos que a gente tem que vir aqui e falar"
“Ora, não é legal dar voucher de R$ 600 para o ambulante que perdeu o emprego? Não é legal, o Congresso não aprovou? Não é legal dar para as pessoas que estão sem renda? É legal. Está aprovado. Por que não seria legal dar uma ajuda para esses professores, que têm contribuído para o Estado?”, questionou Botelho.
Ele pede que o governador passe a olhar para os pequenos, não apenas aos professores, mas também a pequenos produtores da agricultura familiar, por exemplo.
“Precisamos voltar a economia e como essas pessoas vão ficar? Não têm condições de repor estoque, de trabalhar. O estado precisa começar a entender. Ele tem que fazer obras, tem que ter um estado enxuto? Tem. Mas, nesse momento, precisa dar a mão do Governo, a mão que vai fazer as pessoas sobreviverem, que vai fazer os caras continuarem trabalhando e rendendo para o Estado.”
“Essa é a minha defesa. Eu sempre procuro ser neutro aqui dentro, o mais neutro possível. Vocês são testemunhas disso. Mas tem momentos que nós não podemos nos calar. Tem momentos que a gente tem que vir aqui e falar”, concluiu o presidente da Assembleia.
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