Pablo Rodrigo
A Gazeta
Um erro de informação nas investigações que resultaram no afastamento do secretário de Saúde de Cuiabá, Luiz Antônio Possas de Carvalho, poderá anular a Operação Overpriced, da Delegacia Especializada de Combate a Corrupção (Deccor) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
A Gazeta teve acesso aos autos do inquérito e da decisão, que teria sido baseada em uma informação “incorreta” dos investigadores. Na lista de produtos adquiridos pela Secretaria de Saúde consta caixa de ivermectina 6 mg, ao preço de R$ 11,90, fabricada pela V.P Medicamentos.
A aquisição teria um superfaturamento de 459% se comparada a uma compra anterior do remédio pela própria Secretaria, feita da empresa Inovamed Comércio de Medicamentos, que saiu por R$ 2,59, a unidade.
Porém de acordo com o processo de compra, o valor lançado de R$ 11,90 se refere a uma caixa com 4 comprimidos de ivermectina, que daria um custo de R$ 2,97 a unidade.
Se comparada à aquisição anterior, a diferença de preço fica em 38 centavos. Um valor que poderia até ser justificado pela variação de preço durante a pandemia, fato ocorrido em todo o país por conta do aumento da demanda de medicamentos e insumos para se combater o novo coronavírus.
O equívoco nas informações acabou levando a juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Ana Cristina Mendes, a basear sua decisão num suposto superfaturamento na compra do medicamento.
A magistrada chegou a afirmar com base nas informações da Deccor e do Gaeco que existiam indícios da prática dos “crimes de peculato e licitatórios, evidenciados pela ocorrência, em tese, de sobrepreço para promoção de desvio de verbas”.
Possas foi afastado do cargo e teve seus bens bloqueados em até R$ 715 mil, o total registrado no superfaturamento. Ele é investigado por supostos desvios em licitações voltadas ao enfrentamento da covid-19.
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