Euziany Teodoro
Única News
A declaração do presidente da República, Jair Bolsonaro, quando questionado sobre as cinco mil mortes em decorrência da Covid-19 no Brasil, ultrapassando os números da china, primeiro epicentro da doença, repercutiu dentro e fora do país. “E daí? Quer que eu faça o que? Sou Messias, mas são faço milagre”, disse o presidente.
“Desconfortável”. Foi assim que se sentiu o secretário de Saúde de Mato Grosso, Gilberto Figueiredo, sobre o posicionamento do presidente.
Durante transmissão online do boletim atualizado da Covid-19, na manhã desta quarta-feira (29), ele ressaltou o trabalho que secretários de saúde de todo o Brasil têm feito no combate à doença e que levar o número de casos em consideração é fundamental para o combate ao avanço do vírus.
“Desconfortável, né. Todos nós que estamos na frente de cargos importantes na área da saúde, acho que temos que levar em consideração os números que temos no país. Hoje não vejo com conforto a flexibilização, porque estatisticamente, isso é lógico: se você tem todo mundo fechado dentro de casa, o risco é menor de infecção. Se começa a sair e a ter contato com as pessoas, a probabilidade de você se infectar é maior. Os números que estamos verificando, especialmente no Estado de São Paulo, são assustadores, efetivamente”, disse.
Recentemente, Bolsonaro também demitiu o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que vinha fazendo um trabalho bastante elogiado no combate ao coronavírus. O novo ministro, Nelson Teich, ainda não falou com os secretários estaduais de saúde.
“O ministro ainda não marcou, oficialmente, nenhuma reunião com o Conselho Nacional de Secretários de Estado de Saúde (Conas). Estamos na expectativa de um agendamento dessa reunião”, informou Figueiredo.
Segundo ele, o primeiro contato entre Mato Grosso e o novo ministro, deverá acontecer nessa quinta-feira (30), em videoconferência com o Palácio Alencastro. “O primeiro contato oficial que teremos vai ser no próximo dia 30, em uma web conferência, que será realizada no Palácio Alencastro, com a participação do governador Mauro Mendes, do secretário-chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho, e eu”.
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