Claryssa Amorim
(Foto: Roger Perisson)
Em entrevista a Live do Site Única News, nesta segunda-feira (27), a ex-senadora Serys Slhessarenko, declarou que após sete anos afastada do mundo político, volta com as mesmas convicções e objetivos em melhorar o Estado de Mato Grosso. Serys disputa nestas eleições uma vaga como candidata a deputada federal pelo Partido Republicano Brasileiro.
A candidata que foi a fundadora do Partido dos Trabalhadores (PT) em Mato Grosso, no final da década de 80, cita que cansou de humilhações dentro do partido, mas que não guarda rancor. Ela declarou que mudou de partido, mas “não muda suas convicções um milímetro”.
“Não guardo de jeito nenhum rancor ou mágoas do PT, eles cometeram erros sim e muito fortes de não permitirem a minha reeleição a senadora. Tentaram até de me expulsar do partido. Mas, as minhas convicções são as mesmas, de fazer política pública com honestidade”, lembrou.
Nas eleições de 2010, Serys foi alijada da disputa eleitoral pelo PT, quando uma briga constante com o então deputado Carlos Abicalil tentava impedir a sua concorrência à reeleição no Senado.
A Comissão de Ética da executiva regional colocou em votação a expulsão de Serys no partido, pois entendeu que houve infidelidade partidária por parte da então petista. A comissão composta por 47 membros aprovou a expulsão, porém, ela entrou com recurso e ganhou. Mas, novamente, integrantes do PT solicitou sua expulsão, o que fez ela se “cansar” e querer distância do partido que abrigou por 23 anos. “Cansei de humilhação e saí”.
Na entrevista, ela não deixou de citar sobre o assunto de aposentadoria política. Para ela, é imoral um político que foi deputado, senador, vereador, etc., aposentar naquele cargo, pois usufruir de um dinheiro público por ter exercido apenas uma legislatura do mandato.
“Não aceito um parlamentar aposentado. É imoral, por isso o país não muda. Não aceitei a aposentadoria de senadora, pois como iria colocar minha cabeça no travesseiro, sendo que tem idosos de 80 anos que não têm dinheiro para comprar um remédio. Eu não aceito isso”, argumentou dizendo que se aposentou como professora, pois entende que é uma profissão.
Ao trocar de assunto, ela aconselhou aos jovens que vivem hoje em um “mundo tecnológico” a pesquisarem a ficha dos candidatos nessas eleições antes de votarem.
“Busquem, pesquise antes de votar e optem por votar em quem tem ficha limpa. Conheçam minha história, minha trajetória, meus projetos, leis que foram criadas ou relatadas por mim. Nunca fui processada, nunca tive denúncia”, disse.
Carreira Política
Com um currículo invejável, Serys foi primeira e única mulher a ocupar a cadeira de senadora por Mato Grosso, de 2003 a 2011.
Além de ter sido a fundadora do PT no Estado, secretária municipal de Cuiabá e estadual de Educação.Em 1990, deputada estadual, sendo reeleita duas vezes consecutivamente. Assim no Parlamento estadual de 1991-1999. Depois concorreu sem sucesso à prefeitura de Cuiabá em 1988 e 2000.
Como senadora, representou o país em muitos eventos com temática em defesa dos direitos das mulheres e do meio ambiente, como o Seminário Internacional “Os Direitos Políticos das Mulheres na América, realizado na Cidade do México em 2003 e na Conferência Internacional sobre Mudanças Climáticas da ONU, realizada em Copenhague, na Dinamarca em 2009.
De sua atuação no Senado surgiram Projetos de Lei de sua autoria, como a tipificação da Lei 12.850/2013, que diz respeito ao Crime Organizado.
Pois é de Serys Slhessarenko a lei conhecida como “Delação Premiada”, que deu origem às investigações da Operação Lava Jato, executada pela Polícia Federal.
Mas há várias outras leis que são de sua autoria como Luz para Todos em Mato Grosso, Dia da Mulher Negra, punição por discriminação a portadores do vírus HIV, isenção de taxa de inscrição em concursos para cargos públicos são só alguns de seus feitos.
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