Ana Adélia Jácomo
Única News
Pré-candidato ao Senado, o deputado federal José Medeiros (Podemos) afirmou ao Única News, nesta quinta-feira (5), que o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), tem sofrido ameaças e chantagens para que não o apoie na eleição suplementar, marcada para 26 de abril em Mato Grosso.
Nos bastidores, Bolsonaro já teria declarado que apoia a candidatura de Medeiros. Durante um café da manhã realizado em Brasília há cerca de 20 dias, Bolsonaro teria chamado Medeiros de “futuro senador” e dito: “vou votar no ceguinho”, em tom de brincadeira pelo fato de que o deputado usava óculos escuros após passar por uma cirurgia nos olhos.
“Acho que o que vai contar em Mato Grosso não é nem se o presidente vai apoiar esse ou aquele, mas se aquela pessoa vai apoiar esse projeto do Bolsonaro, que abracei esse projeto. Mas o entorno do presidente todo está comigo. Eu não sei se o presidente vai subir em palanque, porque eu não tratei disso com ele e nem vou pedir isso, porque eu sei que está tendo uma pressão muito grande dos partidos. Tem gente me dizendo que ele está sofrendo ameaça e chantagem para não me apoiar”, disse ele ao site.
Bolsonaro recebeu diversos pedidos para se manter neutro no pleito, já que existem vários candidatos à vaga que fazem parte da base aliada, como os ex-deputados federais Júlio Campos (DEM) e Nilson Leitão (PSDB), o ex-vice-governador Carlos Fávaro (PSD) e o deputado federal Nelson Barbudo (PSL).
Organização da chapa
O vice-prefeito de Cuiabá, Niuan Ribeiro (Podemos) será o 1º suplente ao Senado na chapa encabeçada por Medeiros. A segunda suplência ainda será definida nos dias que antecedem a convenção, que ocorre em 12 de março. “Estamos conversando com o PRTB, Patriota e o PL, mas a definição da suplência será na convenção”, disse Medeiros.
Ao que tudo indica, o segundo suplente da chapa deve ser um nome do Nortão de Mato Grosso. Vice-líder de Bolsonaro na Câmara Federal, Medeiros é policial rodoviário federal e foi eleito em 2018 com 82.528 mil votos, sendo o segundo mais votado em Mato Grosso.
O grupo “Muda Senado” é formado por 21 parlamentares de várias legendas diferentes, como o próprio Podemos, Cidadania e PSL. Eles defendem total renovação política no país e ampla reforma no Judiciário. Esse grupo, segundo informações de bastidores, estaria fechado em apoio à candidatura de Medeiros.
Eleição pode ser cancelada
Apesar de todo arranjo político, o fato é que a eleição suplementar pode ser cancelada em Mato Grosso. Entre as justificativas apresentadas pelo governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), para pedir a suspensão da eleição suplementar ao Senado, marcada para dia 26 de abril, é apontado o grande risco de contaminação do Coronavírus.
Além disso, é citada a inexistência de cargo vago, decisões judiciais pendentes e inviabilidade de eleição suplementar devido gastos na ordem de R$ 8 milhões com o novo pleito. O requerimento aguarda decisão do Tribunal Superio Eleitoral (TSE).
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