Da redação
Reproducao
Os delegados Márcio Vera, Alexandra Fachone e Lindomar Tofoli, da Delegacia Fazendária (Defaz), são ouvidos nesta tarde (22) como testemunhas da ação penal derivada da 2ª fase da Operação Sodoma.
A audiência ocorre na Vara Contra o Crime Organizado da Capital, no Fórum de Cuiabá, e é conduzida pela juíza Selma Arruda.
Em seu depoimento, o delegado Lindomar Tofoli afirmou que há indícios de que o ex-prefeito de Várzea Grande, Walace Guimarães (PMDB), lucrou R$ 2 milhões com o esquema.
Segundo as investigações, Walace teria oferecido R$ 1 milhão, em 2012, ao então secretário de Administração, César Zílio, para que o poder público pagasse valores a gráficas – por serviços inexistentes ou incompletos - no intuito de levantar dinheiro para pagar custos de campanha.
"As investigações nossas são compartilhadas. Eu me ausentei de alguns depoimentos. Dentro dos indícios daquilo que o Cesar Zilio falou, eu entendo o envolvimento do Walace sim", disse Tofoli, ao ao citar trecho da delação do ex-secretário de Estado de Administração, César Zílio.
Tofoli afirmou que ainda não há provas conclusivas sobre a participação de Walace e que ainda não se sabe se esses R$ 2 milhões foram utilizadas na campanha ou em despesas de outra natureza.
"A informação que eu tenho é que foi levantado dinheiro de uma forma ilegal, em que o César Zílio foi procurado pelo Walace para que arrumasse uma forma de arrumar dinheiro. E que o César Zílio afirmou: 'ele me procurou e me ofereceu R$ 1 milhão e que precisava disso para campanha dele em Varzea Grande, o Silval autorizou o pagamento para sa empresas, eles receberam esses valores de quase R$ 5 milhões. Desses R$ 5 milhões, R$ 2 milhoes foram repassados para o Walace'. Agora, se o Walace utilizou esse dinheiro para outra coisa isso é problema dele".
A ação apura suposta organização criminosa que teria exigido propinas milionárias de empresários, em 2013 e 2014, para que o Estado concedesse ou mantivesse contratos das empresas dos mesmos.
A propina teria sido usada para despesas pessoais, de campanha, favores políticos e até mesmo para a compra de um terreno de R$ 13 milhões, na Avenida Beira Rio, na Capital.
Márcio Vera e Alexandra Fachone foram arrolados como testemunhas de defesa do médico Rodrigo Barbosa. Ele é filho do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), que está preso desde setembro do ano passado.
O médico chegou a ser preso na operação, mas foi posteriormente solto.
Já Lindomar Tofoli foi arrolado tanto pela defesa do médico quanto pela defesa do ex-prefeito de Várzea Grande, Walace Guimarães (PMDB).
Também devem prestar depoimento as testemunhas Keite Agnes Guimarães Rosa, filha do ex-delator João Batista Rosa, e o empresário Celso Luiz Pereira.
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