O Globo
A onda de fogo que atinge o Brasil e outros países da América do Sul fez com que a concentração de monóxido de carbono (CO) na atmosfera atingisse "níveis altíssimos" em parte do território brasileiro, segundo a MetSul meteorologia. A inalação deste gás "incolor, inodoro e até fatal em ambientes fechados" — que cobre principalmente São Paulo e as região amazônica e Centro-Oeste do país — dificulta o transporte de oxigênio no corpo humano e compromete o dia a dia da população.
— O comprometimento do transporte de oxigênio para os tecidos e órgãos pode causar uma variedade de sintomas, desde manifestações leves, como tontura, confusão mental e dificuldade de concentração, até efeitos graves, como dificuldade respiratória e arritmias cardíacas, especialmente em casos de exposição a concentrações elevadas — explica Lucas Ferrante, doutor em biologia e pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
O monóxido de carbono desempenha um papel importante na química atmosférica e afeta a capacidade da atmosfera de se limpar de muitos outros gases poluentes. Em combinação com outros poluentes e luz solar, ele também participa da formação de ozônio atmosférico inferior (“ruim”) e da poluição urbana" apontou o instituto de meteorologia na quinta-feira.
A MetSul ressalta que incêndios em vegetação são uma "fonte importante de poluição por monóxido de carbono" e que o gás é "espalhado pelos ventos e padrões de circulação por toda a baixa atmosfera".
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