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VOLTA AO MUNDO Terça-feira, 30 de Agosto de 2022, 14:14 - A | A

30 de Agosto de 2022, 14h:14 - A | A

VOLTA AO MUNDO / CRÍTICA ÁCIDA

As pessoas preferem discutir corrupção porque podem mentir sobre ela, diz Lula

Em entrevista nesta terça-feira, ex-presidente reconheceu a existência de desvios em seu governo e disse que escancarou corrupção para combatê-la

CNN Brasil
Única News



O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta terça-feira (30) o destaque dado ao tema da corrupção no debate eleitoral, enquanto propostas para a melhoria do país são deixadas de lado nas discussões. Segundo ele, o tema é o preferido porque se pode “mentir” sobre ele.

“Nossa preocupação é tentar mostrar para o povo brasileiro qual é a saída que a gente vai colocar para que a gente consiga reduzir a inflação, reduzir a taxa de juros, aumentar a taxa de emprego, aumentar a massa salarial deste país, aumentar o salário mínimo, recuperar os prejuízos educacionais que a sociedade sofreu na pandemia, ou seja, nós temos muitos assuntos para discutir, mas as pessoas preferem discutir corrupção porque a discussão você pode mentir, a discussão você pode falar o que você quiser”, disse.

A declaração foi feita em entrevista à rádio Mais Brasil FM, de Manaus, dois dias depois do debate realizado pela TV Bandeirantes, em parceria com a Folha de S.Paulo, UOL e TV Cultura. No encontro, Lula foi confrontado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre os escândalos de corrupção no seu governo e tentou escapar do tema.

Nesta terça, o petista disse que, mesmo assim, fica “muito à vontade” com a discussão sobre a corrupção porque tem “orgulho” de ser o presidente da República “que mais criou instrumentos” para combatê-la.

A declaração foi feita em entrevista à rádio Mais Brasil FM, de Manaus, dois dias depois do debate realizado pela TV Bandeirantes, em parceria com a Folha de S.Paulo, UOL e TV Cultura. No encontro, Lula foi confrontado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre os escândalos de corrupção no seu governo e tentou escapar do tema.

Nesta terça, o petista disse que, mesmo assim, fica “muito à vontade” com a discussão sobre a corrupção porque tem “orgulho” de ser o presidente da República “que mais criou instrumentos” para combatê-la.

Ele mencionou como instrumentos de combate à corrupção em seu governo o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e a Controladoria Geral da União (CGU). No dia 25, em entrevista ao Jornal Nacional, Lula afirmou que criou o Coaf “para cuidar de movimentações financeiras atípicas”, mas o órgão surgiu por meio da Lei 9.613, de 1998, cinco anos antes do início do seu primeiro mandato.

Em entrevista à rádio Mais Brasil FM, o ex-presidente ainda reconheceu que houve corrupção em seu governo.

“Só tem um jeito de você não aparecer corrupção, é não existir corrupção ou você esconder a corrupção. No nosso governo, a gente escancarou e eu dizia que só não seria denunciado quem tivesse trabalhado honestamente”, afirmou.

Meio ambiente

Lula também falou sobre a preservação da Amazônia, afirmando ser necessário conciliar exploração e preservação através da atração de investimento externo e aliança com a União Europeia. O assunto já havia sido abordado nesta segunda (29) em encontro do petista com eurodeputados.

“Nós temos que saber que é plenamente possível a gente não fazer mais desmatamento e queimada e tentar explorar cientificamente a riqueza da biodiversidade de toda a Amazônia para tirar dessa riqueza, quem sabe, o fortalecimento da indústria”, declarou.

Para alcançar a meta, ele propôs a aliança do presidente com governadores e prefeitos da região e a ampliação da Polícia Federal para controle das fronteiras.

Lula afirmou ainda que, caso eleito, dará atenção para a Fundação Nacional do Índio (Funai) e para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), além de criar o Ministério dos Povos Originários.

“É preciso dizer que a Funai vai voltar a funcionar com toda a força, o Ibama vai voltar a funcionar com toda a força, e eu digo em alto e bom som que vou criar o Ministério dos Povos Originários. Pode ser um indígena ou uma indígena ministra para ocupar esse cargo e acabar de vez por todas com o garimpo ilegal”, finalizou.

Nesta quarta-feira (31), o ex-presidente estará no ato Todos Juntos pelo Amazonas, em Manaus, visitará a fábrica da Honda, na Zona Franca de Manaus (ZFM) e irá ao Museu da Amazônia, onde se reunirá com 35 entidades e movimentos sociais para falar de desenvolvimento sustentável na região.

Com informações de Laura Slobodeicov

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