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Especialistas entrevistados pela CNN nesta semana questionaram se os apoios declarados por ex-presidenciáveis, governadores e parlamentes aos candidatos à Presidência da República realmente irão se converter em votos no segundo turno das eleições.
O cientista político Ricardo Dolci disse que a migração de votos para os candidatos à Presidência por meio do apoio de governadores eleitos é “muito difícil”.
“Um elemento bastante expressivo é que esses apoios regionais refletem muito da estratégias do que as campanhas devem buscar para esse segundo turno […] Agora se isso leva, de fato, a uma migração de votos? É muito difícil a gente ver com um apoio direto. Até porque Minas Gerais, por exemplo, é um caso em que Lula venceu no estado, mas o Zema se reelegeu”, disse o especialista à CNN, neste sábado (8).
Ele ainda analisou os apoios já firmados entre os presidenciáveis Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL).
“Bolsonaro, de alguma forma, está tentando buscar palanques no Nordeste, não conseguiu. Isso dificulta a chance de ele aumentar a parcela de votação dele na região. Em compensação, ter os candidatos fortes do Sudeste facilita para ele, na medida que ele mesmo conseguiu ter uma votação expressiva e ter o apoio do Romeu Zema, por exemplo, que entra nesse contexto de ajudar na campanha”, concluiu.
O cientista político Creomar de Souza, por sua vez, em entrevista na última quinta-feira (6) também ressaltou que a polarização política entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o Jair Bolsonaro (PL) dificulta prever qual será o movimento do eleitor, que pode ser guiado por outras percepções para além do suporte de outros políticos de peso.
“O que nós temos em âmbito histórico é que apoio político tem uma simbologia, mas na hora do vamos ver parece que o eleitor se guia por outras percepções. A gente tem que observar para ver se em uma eleição tão peculiar como essa de 2022 vai ter esse componente diferencial novo”, disse.
O especialista enfatizou que o resultado depende do nível de engajamento desses apoios diante de uma corrida eleitoral acirrada. “A manifestação de apoio é uma coisa, mas essa turma vai arregaçar a manga e sujar o pé de barro fazendo campanha pelo Brasil? Isso é um ponto que gente vai ter que verificar nas próximas semanas”, pontuou Souza.
Já o cientista político Rafael Cortez, também em entrevista na quinta, avaliou que diversos fatores condicionam uma possível “transferência de votos” no 2° turno, como, por exemplo, o status da competição estadual.
“Em lugares em que as eleições já se encerraram no nível estadual e só falta [a escolha] presidencial, em tese, tende a haver abstenção maior, então o trabalho para virar votos nesses locais tende a ser maior, como, por exemplo, em Minas Gerais e o Rio de Janeiro”, disse.
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