Da Reuters
Reprodução / Internet

O governo brasileiro não tem muito como agir para deter a desvalorização do dólar frente ao real, que vai continuar devido à elevada liquidez no mercado internacional e à menor incerteza política em casa, afirmou à Reuters uma importante fonte da equipe econômica.
"Não tem muita coisa que se possa fazer, a experiência mostra que qualquer tipo de intervenção diferente não se sustenta e acaba sendo mais prejudicial", afirmou a fonte, que pediu para não ser identificada.
O governo continuará reduzindo seu estoque de swap cambial tradicional --equivalente à venda futura de dólares-- para limitar o ritmo de desvalorização da moeda norte-americana sobre o real, que já atingiu os produtores locais, disse a fonte.
Segundo a fonte, a equipe econômica não está considerando compras de dólar no mercado à vista ou erguer barreiras aos fluxos de capitais, que no passado se provaram prejudiciais.
Até o fechamento de sexta-feira, o dólar acumulava no ano queda de pouco mais de 20 por cento sobre o real, depois de registrar em 2015 valorização de 48,5 por cento.
De modo geral, especialistas em câmbio já vêm trabalhando com esse cenário de forte entrada de dólares, expectativas que acabam também ajudando nas recentes quedas da moeda norte-americana, junto com o cenário externo mais aberto à aversão ao risco.
O fim do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, previsto para o fim deste mês, será importante para atrair investimentos de fora, dando mais confiança ao tornar definitivo o governo interino de Michel Temer.
O novo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, tem reafirmado que usará os instrumentos cambiais "com parcimônia", sinalizando que não será tão intervencionista como o BC foi no passado.
Mas, diante da queda do dólar na semana passada, que chegou perto de 3,10 reais, o BC aumentou de 10 mil para 15 mil swaps reversos --equivalente à compa futura de dólares-- sua oferta diária, o que ajuda a reduzir o estoque de swaps tradicionais, hoje um pouco abaixo de 50 bilhões de dólares.
Embora o dólar mais fraco esteja ajudando a queda da inflação nos preços dos importados, o governo continua "muito preocupado" com a resistência da inflação alta, segundo a fonte. Em 12 meses até julho, o IPCA acumulava alta de 8,74 por cento, muito acima do teto da meta do governo para o período --de 4,5 por cento, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos.
"Essa é uma das grandes preocupações e temos de avaliar se esse fenômeno da persistência da inflação fica por mais tempo ou se já cumpriu o ciclo e a inflação cai mais rapidamente", afirmou a fonte.
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