Cuiabá, 06 de Maio de 2024

ARTIGOS/UNICANEWS Segunda-feira, 05 de Fevereiro de 2024, 12:52 - A | A

05 de Fevereiro de 2024, 12h:52 - A | A

ARTIGOS/UNICANEWS / ROSANA LEITE

A pequena notável

Rosana Leite
Única News



defensora rosana

 

O apelido é da multiartista Carmen Miranda, por conta dos seus 1,52 metros de altura. Nascida Maria do Carmo Miranda da Cunha, em 09 de fevereiro de 1909, em Marco de Canaveses, Portugal, desenvolveu sua verve artística no Brasil.

Por aqui chegou aos 10 meses de vida junto com a família, se instalando no Rio de Janeiro. A bem da verdade, a vinda da família estava marcada quando a mãe da artista descobriu a gravidez, tendo achado melhor que o nascimento acontecesse em Portugal, para não expor a criança a longa viagem. Passou a trabalhar bastante jovem. Primeiro em uma loja de gravatas, e depois em uma chapelaria, onde aprendeu a arte de fazer chapéus. Na década de 30 começou a fazer sucesso com a gravação da famosa Ta-hí (Pra Você Gostar de Mim), que entoou e entoa os carnavais no país. Foi a primeira mulher a assinar, no Brasil, um contrato de trabalho com uma emissora de rádio. Com o sucesso, foi convidada para participar de musicais, onde a figura da baiana brasileira foi por ela eternizada: Alô, Alô, Brasil; Alô, Alô, Carnaval; Banana da Terra; e O que é que a baiana tem? É dela: “Coloco tempero brasileiro no gosto daquela boa gente (americanos)... Nos meus números não faltam nada: canela, pimenta, dendê, cominho...”

Os turbantes, brincos de argolas, babados, saltos de plataforma, balangandãs e frutas nas cabeças, fizeram com que muitas pessoas se encantassem com o país, o enxergando como local de alegria. Imprimiu a sua personalidade exótica nas apresentações, fugindo de qualquer marca dantes conhecidas, lhe rendendo críticas de estar ofuscando o seu verdadeiro talento: o canto. Para ela, pouco importavam julgamentos, tendo se tornado a personificação do exótico, porém com sucesso internacional. Com os seus estereótipos, Carmen Miranda conseguiu levar a música brasileira, a começar pelo samba, mundo afora, inclusive, abrindo os caminhos para demais artistas. Disse: “Vou empregar todos os meus esforços para que a música popular do Brasil conquiste a América do Norte, o que seria um caminho para a sua consagração em todo o mundo”.

A talentosa artista foi a primeira latino-americana a ser convidada a deixar registrada as mãos e os pés no pátio do Grauman´s Chinese Theatre (1941), em Hollywood. Os trejeitos dela são vistos e copiados por eras, tendo ganhado a simpatia em todos os nichos e lugares onde o seu nome é lembrado. Foi em 1939 que a artista vestiu pela primeira vez o inesquecível e marcante traje de baiana, para interpretar Dorival Caymmi em O que é que a baiana tem. O produtor musical Aloísio de Oliveira, sintetizou: “Foi quando entrei no palco com Carmen que senti sua dimensão. A plateia ficava hipnotizada com a presença daquela moça de pequena estatura que se agigantava a cada segundo.”

Na década de 40, Carmen Miranda foi uma das artistas mais bem pagas dos EUA, e uma das personalidades mais comentadas do mundo. É no carnaval, justamente na época de seu nascimento, por conta da tradição brasileira, das fantasias e excentricidade da artista, que o seu nome passa a ser mais lembrado.

Durante a sua carreira, deixou a voz registrada em 279 canções no Brasil, e 34 nos Estados Unidos. Ela foi muito além de figurinos e gesticulações. Foi a brasileira mais famosa do seu tempo, tendo conquistado todo o planeta com o seu canto, interpretação e dança, sintetizando a baliza de artista completa.

É uma das personalidades mais imitadas no mundo, se perfazendo em símbolo nacional. Deixou eternizado: “Não existe som mais espetacular do que o de uma bateria de escola de samba na época do carnaval. Sempre mexeu comigo e faz o sangue correr mais rápido e mais quente em minhas veias”.

Rosana Leite Antunes de Barros é Defensora Pública Estadual e mestra em Sociologia pela UFMT.

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