Cuiabá, 25 de Abril de 2024

ARTIGOS/UNICANEWS Sábado, 18 de Maio de 2019, 09:45 - A | A

18 de Maio de 2019, 09h:45 - A | A

ARTIGOS/UNICANEWS / ONOFRE RIBEIRO

Sonhos

Onofre Ribeiro
Jornalista



Na semana passada escrevi neste espaço artigo em que falava da falta de planejamento no governo de Mato Grosso com vistas ao futuro. E disse que o desenvolvimento atual pouco deve às políticas públicas oficiais. Citei viagem do ex-governador Dante de Oliveira aos Estados Unidos, em 2000, onde se reuniu com a diretoria do fabricante de tratores de pneus, John Deere. Defendeu a instalação de uma fábrica em Mato Grosso e ouviu que o planejamento estratégico da empresa antevia para os próximos dez anos até 2010, uma profunda mudança na produção de alimentos no mundo. E via o Brasil, o Centro-Oeste e particularmente Mato Grosso como um grande berço alimentar do mundo.

Bom lembrar que naquele momento a China ainda não era esse gigante atual. Lá se vão 19 anos desde aquele ano de 2000 em Moulines, Illinois, nos EUA.

O CEO da John Deere colocou três questões ao governador Dante de Oliveira pra que uma empresa instalasse uma fábrica em Mato Grosso que ele alíás, conhecia de muitas viagens anteriores ao nosso Estado. As condições seriam:

1 – VIAS DE ESCOAMENTO. Para o transporte de insumos e da produção da fábrica de tratores. Na época não havia o suficiente porque uma fábrica nunca vem só. Atrai sucessivas cadeias produtivas agregadas;

2 – ENERGIA ELÉTRICA. Na época esse não era problema, porque Mato Grosso já exportava energia graças à usina termoelétrica movida a gás, inaugurada recentemente e hoje paralisada. Hoje já seria problema;

3 – RECURSOS HUMANOS. Levando em conta a crescente adoção de tecnologias desde aquela época, era necessária a garantia de recursos humanos qualificados pra ocupar postos de todas as naturezas dentro da fábrica e para atender também aos associados de todas as cadeias produtivas agregadas. Aqui o bicho pegou. Não havia e nem há recursos humanos adequados porque a nossa educação não tem objetividade no mercado de trabalho. O agronegócio desenvolveu-se e qualificou a sua mão-de-obra porque de outra forma não teria gente qualificada.

Passados 19 anos desde aquela conversa o agronegócio evoluiu uma barbaridade. As agroindústrias estão entrando em escala crescente. A expansão produtiva promete saltos enormes no curto prazo.

O conjunto desses fatores ainda impedem uma afirmativa de pleno desenvolvimento no futuro próximo sem que os setores produtivos improvisem, na falta de planejamento oficial.

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso

[email protected] www.onofreribeiro.com.br

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