Cuiabá, 05 de Maio de 2024

CIDADES Quinta-feira, 14 de Março de 2024, 14:24 - A | A

14 de Março de 2024, 14h:24 - A | A

CIDADES / CHACINA DE SORRISO

Caminhoneiro de MT que perdeu esposa e filhas defende projeto contra violência no Senado

Regivaldo Cardoso acompanhou votação de um projeto para criação de um plano de combate à violência contra a mulher

Ari Miranda
Única News



O caminhoneiro Regivaldo Batista Cardoso, esposo e pai das vítimas da “Chacina de Sorriso” (397 Km de Cuiabá), esteve nessa quarta-feira (13) no Senado Federal, em Brasília, onde acompanhou a votação do projeto de lei que prevê a criação de um plano de metas para o enfrentamento integrado da violência contra a mulher, nos municípios, estados e o Distrito Federal.

Regivaldo era esposo de Cleci Calvi Cardoso (46), e pai das jovens Miliane (19), Manuela (13) e Melissa Calvi Cardoso (10), que foram assassinadas pelo maníaco Gilberto Rodrigues dos Anjos (32), entre a noite do dia 24 de novembro de 2023 e a madrugada do dia 25. Elas foram estupradas, esfaqueadas e asfixiadas pelo bandido, que trabalhava numa obra ao lado da casa. Regivaldo estava viajando a trabalho na data do crime.

Durante a visita, a senadora Margareth Buzetti (PSD-MT), autora de um projeto de lei que prevê a criação de um “Cadastro Nacional de Pedófilos e Predadores Sexuais” (PL 6212/2023), lamentou as mortes, ressaltando ainda que as últimas estatísticas mostram que os crimes de feminicídio segue aumentando no país.

"A presença de Regivaldo aqui hoje é um soco na boca do estômago de todos nós, homens e mulheres públicos do Brasil. A dor dele nos faz enxergar que estamos falhando. Das 1.463 vítimas de feminicídio em 2023, quatro eram da sua família", afirmou.

De acordo com o projeto, os planos de metas deverão conter ações necessárias para a prevenção da violência contra a mulher e a atenção humanizada àquela que estiver em situação de violência doméstica, bem como aos seus dependentes. As ações deverão ser articuladas entre a Rede Estadual de Enfrentamento à Violência contra a Mulher e a Rede de Atendimento à Mulher em Situação de Violência no município, estado, Distrito Federal ou região.

As redes poderão ser compostas pelos órgãos públicos de segurança, saúde, justiça, assistência social, educação e direitos humanos, além de organizações da sociedade civil. O plano terá validade de dez anos, com atualização obrigatória a cada dois anos.

O projeto prevê ainda que o Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp) deverá armazenar informações para auxiliar nas políticas de enfrentamento da violência doméstica e familiar contra a mulher. Ainda, os entes federados integrantes do Sinesp que deixarem de fornecer ou atualizar seus dados no referido sistema não poderão receber recursos do Fundo Penitenciário (Funpen) ou celebrar parcerias com a União para financiamento de programas, projetos ou ações de segurança pública.

A matéria da Câmara dos Deputados, foi aprovada na Comissão de Direitos Humanos (CDH) e agora segue para o plenário da Casa.

“Que vocês [deputados] façam pelas mulheres. Que a gente possa ter um país mais justo, que a gente possa trabalhar e voltar para a nossa família. Hoje, eu volto para a casa da minha sogra (…). Eu não tenho mais família. Mas estou aqui, para brigar para que outras pessoas não passem pelo que eu estou passando”, disse Regivaldo na comissão.

(Foto: Reprodução/Montagem)

FAMÍLIA CALVI CHACINA DE SORRISO

Mãe e filhas foram brutalmente estupradas e mortas dentro de casa.

O CASO

Cleci Calvi Cardoso (46) e as filhas dela Miliane (19) e Manuela Calvi Cardoso (13) foram atacadas, estupradas e mortas pelo pedreiro Gilberto Rodrigues dos Anjos (32), entre a noite do dia 24 de novembro do ano passado e a madrugada do dia 25 (sexta para sábado). O criminoso trabalhava em uma obra vizinha ao local do crime.

Além de Cleci e das filhas mais velhas, a filha caçula de Regivaldo e Cleci, Melissa Calvi Cardoso (10), também morreu na barbárie, sendo ela a única vítima que não foi estuprada pelo pedreiro, que a matou asfixiada com um travesseiro.

Os corpos, no entanto, só foram encontrados na manhã de segunda-feira (27/11) por agentes do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar. Gilberto Rodrigues foi preso trabalhando normalmente na obra, minutos após os corpos serem encontrados. Ele confessou a autoria da chacina e se entregou à Polícia.

Com ele, foram apreendidas as roupas íntimas que as vítimas usavam no dia do crime, as quais ele levou como “troféus” do crime.

O criminoso, que ficou conhecido como “Maníaco de Sorriso”, tinha passagem por crime sexual e latrocínio  e encontra-se preso no Raio 8 (isolamento) da Penitenciária Central do Estado (PCE), onde aguarda o julgamento do caso.

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