Da Redação
(Foto: Ilustração)
Com a crise econômica - ainda que com pequena expectativas de melhorias -, o setor atacadista de Mato Grosso já prevê uma queda na compra de ovos de páscoa em pelo menos 20% este ano. O cálculo divulgado por representantes da Associação Mato-grossense de Atacadistas (Amad), aponta mudança no comportamento de quem compra.
Para burlar a crise, várias famílias estão apostando em ovos de páscoa artesanais. Ou ainda, ao invés dos tradicionais ovos, muitos têm optado por tabletes e caixas de chocolate.
Conforme Eugênio Takasumi, gerente comercial da Gama Distribuidora, a semana que antecede a Páscoa geralmente concentra parte significativa das vendas do mês, porém, nos últimos 2 anos o setor tem amargado prejuízos financeiros em torno de 15% do faturamento nesse período. “Mesmo com a liberação do FGTS pelo governo e pagamento do salário ao funcionalismo público, vamos ter perdas novamente”.
No ano passado, a situação foi um pouco pior, com queda maior na venda por unidades, o jeito este ano para driblar o ‘efeito crise’ foi investir em ovos de páscoa mais baratos.
Ainda assim, ele alerta que o consumidor não quer pagar pelo quilo dos ovos, que são mais caros em relação ao chocolate comum por agregarem uma cadeia produtiva de valores, que inicia a preparação para a Páscoa com pelo menos 6 meses de antecedência.
“Até chegar ao consumidor final, tivemos a compra da matéria-prima em dólar cerca de um ano antes, depois, o armazenamento e a produção seis meses antes, com armazenamento, transporte e distribuição refrigerados, por se tratar de produto sensível ao calor. É importante destacar que o processo de produção é praticamente todo manual, não existem máquinas que façam, por isso é realmente mais caro”.
Para o empresário Luciano de Almeida, da Sorpan Alimentos, que atua na linha artesanal revendendo o chocolate para a produção dos ovos, a queda estimada é menor, em torno de 5% nas vendas, o que poderá mudar o conceito de investimento do setor para o próximo ano, com menos contratações de mão-de-obra e aquisição menor de material. “A previsão é diminuir cada vez mais a estrutura voltada à Páscoa, porque não podemos continuar com um balanço negativo ou empatado”.
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