Cuiabá, 05 de Maio de 2024

JUDICIÁRIO Quarta-feira, 23 de Fevereiro de 2022, 08:36 - A | A

23 de Fevereiro de 2022, 08h:36 - A | A

JUDICIÁRIO / JÚRI NA JUSTIÇA FEDERAL

Josino culpa Pedro Taques por acusações: “arrebentou a minha vida”; ex-governador rebate

Thays Amorim
Única News



O empresário Josino Guimarães, alvo de júri popular no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) pela morte do juiz mato-grossense Leopoldino Marques do Amaral, em 1999, afirmou em depoimento nesta terça-feira (22) que o ex-procurador da República e ex-governador Pedro Taques (Solidariedade) “arrebentou” a sua vida, em relação às acusações.

O réu afirmou que “isso tudo é coisa do Taques”, afirmando que o ex-procurador queria que ele entregasse os magistrados envolvidos em um suposto esquema de venda de decisões. Leopoldino era um dos juízes envolvidos no caso, sendo que Josino atuava supostamente como um “mediador” na venda de decisões.

“Arrebentou com minha vida, minha empresa e minha família com acusações”, enfatizou Josino, durante interrogatório. O processo corre em segredo de justiça e a imprensa não foi autorizada a gravar o depoimento na íntegra.

As audiências de instrução tiveram início no TRF-1, em Cuiabá, na última segunda-feira (21) e segue ao longo da semana. A imprensa também não teve acesso a outros depoimentos do caso.

O secretário de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT), Alexandre Bustamante, foi uma das testemunhas ouvidas na segunda. Na terça, a Justiça Federal permitiu que jornalistas acompanhassem parte do interrogatório de Josino.

Outro lado

Ao Única News, Taques rebateu as declarações e disse que apesar da denúncia ter sido de sua autoria, tanto a Justiça Federal quanto o Superior Tribunal de Justiça (STJ) quanto o Supremo Tribunal Federal (STF) mantiveram o processo em andamento. O ex-procurador disse que não acompanhou mais o caso.

"Não conheço o processo, não fiz a instrução processual, não posso dizer se existe prova pra condenar. Uma denúncia não significa que o cidadão seja culpado, para isso existe o processo, com contraditório, ampla defesa, e o Judiciário para decidir", afirmou.

O ex-procurador disse ainda que a investigação ficou a cargo da Polícia Federal e que as investigações também tiveram repercussão na sua vida pessoal. "Em razão desse caso, e de suas repercussões, eu e a minha filha ficamos mais de 10 anos com escolta policial. Muitos se esquecem disso".

Entenda o caso

Essa é a segunda vez que Josino enfrenta o júri. Em 2011, ele foi a julgamento, mas acabou sendo absolvido mesmo após a maioria dos jurados terem reconhecido que o empresário foi o responsável pela morte do juiz.

Após a absolvição, a Procuradoria-Geral da República (PGR) citou a contradição na decisão dos jurados e ajuizou um recurso. Em fevereiro do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a decisão que determinou um novo julgamento ao réu.

Leopoldino foi morto no dia 07 de setembro de 1999. Os documentos do magistrado foram encontrados ao lado de um corpo carbonizado, com ferimentos de arma de fogo, na cidade de Concepción, no Paraguai, em uma estrada que liga Pedro Juan Caballero a Assunção.

O magistrado foi um dos responsáveis por denunciar um esquema de venda de sentenças envolvendo juízes e desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). Leopoldino acusou ainda colegas magistrados de estarem envolvidos com nepotismo.

Josino Guimarães seria o intermediador da venda de decisões entre advogados e juízes. Documentos apontam que as supostas decisões vendidas pelos magistrados do TJMT seriam a favor de traficantes.

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