Cuiabá, 05 de Maio de 2024

JUDICIÁRIO Segunda-feira, 25 de Abril de 2022, 10:59 - A | A

25 de Abril de 2022, 10h:59 - A | A

JUDICIÁRIO / JULGAMENTO NO STF

Ministro vota contra recurso de conselheiro do TCE para trancar inquérito

Thays Amorim
Única News



O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou contra um recurso do conselheiro Valter Albano, do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), para trancar um inquérito relativo à Operação Malebolge, por excesso de prazo. O julgamento foi iniciado na última sexta-feira (22) e ainda não foi concluído.

Apesar do recurso ter sido ajuizado por Albano, também são alvos do inquérito os conselheiros Waldir Teis, José Carlos Novelli, Antônio Joaquim e Sérgio Ricardo – que chegaram a ser afastados no âmbito da Operação Malebolge, por suposto recebimento de propina de R$ 53 milhões, em 2017, para liberar e manter o andamento de obras superfaturas da Copa do Mundo de 2014. Nos últimos anos, todos foram reintegrados ao cargo. 

Lewandowski citou uma decisão anterior para enfatizar que a jurisprudência do STF permite o excesso de prazo quando o caso demanda uma investigação mais complexa. O magistrado aponta que diversos mandados, medidas investigativas e quebra de sigilos foram expedidos pelo Judiciário, o que gerou uma grande quantidade de documentos e equipamentos eletrônicos a serem periciados.

Segundo um relatório parcial das investigações, existem indícios de materialidade em relação aos desvios de recursos públicos, conforme colaboração premiada do ex-governador Silval Barbosa e o ex-chefe da Casa Civil Pedro Nadaf. Entretanto, a investigação destaca que, até o momento, não existem materiais que comprovem que os conselheiros recebiam recursos públicos desviados.

“Como já destaquei na decisão agravada, não se mostra possível o trancamento do supracitado inquérito, pois inexistem elementos fáticos ou jurídicos que emprestem elementos concretos à alegação de manifesto constrangimento ilegal ao paciente”, afirmou, em seu voto.

“Nesse panorama, cumpre reafirmar, in totum, a decisão aqui atacada, a qual não comporta reforma, seja por repousar em fundamentos jurídicos sólidos, seja porque o agravante não logrou trazer argumentos capazes de afastar as razões nela expendidas”, completou o ministro.

Opeação Malebolge

A operação foi um desdobramento da Operação Ararath, sendo deflagrada após informações da delação premiada do ex-governador Silval Barbosa, à Procuradoria-Geral da República (PGR).

Segundo o ex-chefe do Executivo, ele teria emitido notas promissórias ao conselheiro Carlos Novelli, que à época era presidente do TCE-MT, para que o órgão não dificultasse o andamento das obras da Copa em Cuiabá.

De acordo com o depoimento de Silval, Novelli o procurou alegando que os conselheiros estavam “descontentes” com as obras do Mundial. Para permitir os superfaturamentos, o ex-governador afirmou que os conselheiros pediram R$ 70 milhões em propina, mas que, após negociações, ficou acertado o pagamento de R$ 53 milhões.

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