Cuiabá, 26 de Abril de 2024

POLÍTICA Sábado, 10 de Novembro de 2018, 11:10 - A | A

10 de Novembro de 2018, 11h:10 - A | A

POLÍTICA / DESCASO DA PREFEITURA

Lucimar é acusada de ameaçar manifestantes à favor de médico

Luana Valentim



(Foto: Reprodução/Facebook)

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Durante uma manifestação realizada nesta sexta-feira (9), colegas de profissão e familiares denunciaram truculência e ameaças por parte dos representantes da Prefeitura de Várzea Grande enquanto reivindicavam a exoneração ‘injustiçada’ do médico José Carlos Dias.

 

O médico foi exonerado após alertar sobre a negligência do filho de um paciente idoso. José Carlos disse que sempre procurou atender a todos os pacientes de forma igual, com muita atenção e dedicação, "de acordo com o juramento da colação de grau superior na área".

 

O médico que atende na Unidade de Saúde da Vila Artur em Várzea Grande (região metropolitana de Cuiabá), contou que na manhã de 1º de novembro, esteve em seu consultório de atendimento no posto se saúde e atendeu um idoso, de 65 anos, sem acompanhante com problemas graves cardiológicos. Ele relatou que mesmo com dificuldades de saber informações para dar o diagnóstico, devido a condição física e mental do paciente, ele fez o atendimento

 

"A enfermeira chamou o filho que chegou já no final do atendimento e quando fui explicar que ele estava sendo negligente por não acompanhar o seu pai em uma consulta tão minuciosa, por se tratar de problemas cardiológicos. Ele não gostou de ser chamado a atenção e começou a me agredir, gritando com palavrões de baixo calão, com teores de que eu não valia nada, me taxando como ‘médico de bosta’", disse.

 

Uma das líderes da manifestação, Elenice Soares relatou ao Site Única News neste sábado (10), que a prefeita do município, Lucimar Campos (DEM), agiu com truculência e ordenou a seus secretários que chamassem a polícia para acabar com a ‘baderna’.

 

Segundo Elenice, ela estava com o grupo em frente à Prefeitura de VG quando a polícia foi acionada para impedir a entrada dos manifestantes. Quando apareceu um dos assistentes do Gabinete e disse que iria conversar com uma das líderes.

 

“Então subiu eu e mais duas. Ele pediu para dar uma amenizada no barulho. Eu disse que iriamos parar apenas por 10 minutos para sermos atendidos, caso isso não ocorresse, iríamos continuar”, relatou.

 

Após longa espera, a prefeita não as atendeu sendo então o seu secretário que começou a questionar coisas adversas da situação. E ainda negou que a exoneração do médico tenha sido pela discussão com o filho do paciente idoso, alegando que, na verdade, José Carlos teria se recusado a ser transferido.

 

Então, relatou Elenice, a prefeitura chamou mais policiais militares, Guarda Municipal e até mesmo a Polícia do Maio Ambiente dizendo que não adiantaria continuar a manifestação, podendo chamar até 10 ônibus que eles não seriam ouvidos.

 

“Na conversa, o secretário do Estado foi até meio sarcástico comigo. Tinha lá também o diretor do Pronto Socorro. E na realidade queríamos mesmo é que a prefeita nos atendesse, pelo menos para nos ouvir. Eu fiquei sabendo ontem pela boca do secretário do Estado que tem a líder do posto de saúde que é conhecida da prefeita, então isso quer dizer que é um jogo político”, destacou.

 

Ela também afirmou que tem uma funcionária da unidade de saúde conhecida como Gonçalina, que estava passando nas residências do bairro Vila Artur pedindo para que as pessoas não comparecessem na manifestação.

 

Em uma gravação, obtido com exclusividade pelo Site Única News, de um telefonema entre duas pacientes da unidade que também foram até a Prefeitura para manifestar, confirmam que a funcionária Gonçalina etária passando nas casas tentando convencer que o médico foi culpado pelo que ocorreu, não havendo necessidade da manifestação. Elas ainda relataram que José Carlos sempre foi muito amoroso com os pacientes e que o possível médico substituto é ‘ignorante’ e ‘bruto’.

 

 

 

Elenice relatou que tem uma senhora que necessita de atendimento médico e materiais para curativo por ter uma cirurgia que não cicatriza, porém, a unidade de saúde se recusa a atendê-la, assim como toda a população que mora na região.

 

Para ela, houve um total descaso da parte da Prefeitura ao tratar os manifestantes ‘como se fossem um nada’, pois os policiais estavam acompanhando-os até a porta do ônibus como forma de impedir que a ação continuasse.

 

O grupo fez um abaixo-assinado em favor do médico e ao todo já foram mais de 1,5 mil pessoas que assinaram. ‘Não existe ali a fala, a voz do povo é a voz de Deus, porque ali o que manda é a panelinha deles’.

 

Elenice frisou que quiseram ainda colocar sobre José Carlos a responsabilidade da manifestação ao acusá-lo de ter locado o ônibus, o que foi desmentido por ela que foi quem alugou o veículo. O secretário chegou a dizer que tinha uma gravação que provava que o médico foi quem pagou pelo transporte, porém, ao ser confrontado e ao pedir que ele mostrasse o áudio, ele desconversou e começou a acuá-los.

 

Outro ponto destacado por ela, é que o marido de uma das líderes foi ameaçado por um dos representantes da prefeitura e que chegou a insinuar que o vereador de VG, Sardinha (PTB) compra votos dos eleitores.

 

“A pessoa passou e falou para ele dizer ao Sardinha que ele não terá mais voto, não conseguindo mais o que ele quer, porém, o representante da prefeitura gritou que basta ter dinheiro para pagar. Ele quis dizer que o Sardinha compra voto da população. Ele é o mesmo que ameaçou o marido da Cris. O marido dela disse que o Sardinha não terá vez quando o homem perguntou o que ele estava falando e que daria um tiro na cara dele”, afirmou.

 

 

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